sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Despesas com pessoal...


Les recettes de Carlos

Tavares pour redresser PSA


Le bénéfice du constructeur automobile a bondi de 92 % en 2016, s’établissant à 1,7 milliard d’euros.

M. Tavares n’a pas caché qu’Opel-Vauxhall présente quelques faiblesses en matière de compétitivité. La masse salariale de la marque anglo-allemande représente 15 % du chiffre d’affaires, contre 10 % côté PSA. Le président du directoire n’envisagerait toutefois pas de suppression de site et compte améliorer la productivité de la future entité.

Éric Béziat, Le Monde Economie online, 23/02/2017


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Carlos Tavares é um conhecido e prestigiado engenheiro e gestor luso-francês, que foi durante muito anos o número 2 do brasileiro Carlos Ghosh na Renault. A dada altura desentenderam-se e Tavares demitiu-se, ou foi forçado a fazê-lo. Algum tempo depois veio a ser contratado pela PSA - Citroën, como dirigente máximo. A notícia do Le Monde Economie da qual se reproduz acima o título e um curto excerto, refere-se a essa grande empresa francesa que o ano passado produziu 3,2 milhões de carros Peugeot, Citroën e DS.

A agora florescente PSA, com um lucro em 2016 superior em 92% a 2015, esteve em 2014 à beira da falência. Valeu-lhe a ajuda de emergência do Estado francês e do grupo chinês Dong Feng, que assim se tornaram importantes accionistas da empresa. Uma vez consolidada e bem consolidada, graças aos métodos de Carlos Tavares, PSA dispõe agora de quase 7 mil milhões de euros para investir, pelo que está a estudar a compra da anglo-alemã Opel-Vauxhall, em grandes dificuldades. Entretanto, a empresa francesa vai distribuir, pela primeira vez desde 2011, um dividendo aos seus accionistas, igual a 48 cêntimos por acção, num total de 288 milhões de euros. Só os três principais, a família Peugeot, o Estado francês e a Dong Feng vão receber 50 milhões de euros cada um, o que corresponde à sua participação no capital da PSA, que é de 13% cada.
Os trabalhadores da empresa também não foram esquecidos por Carlos Tavares. Cada um vai receber um prémio anual nunca inferior a 2 mil euros, em função do seu salário. Segundo o Le Monde, os sindicatos tiveram reacções diferentes perante este prémio. Para a FO (moderados) é muito bom, porque nunca a PSA atribuiu um prémio tão importante. Para a CGT, controlada pelo PCP, trata-se de uma injustiça, pois se os lucros aumentaram mais de metade, também o prémio anual devia aumentar mais de metade, tendo sido de 1.600 euros em 2015. Há coisas que nunca mudam, qualquer que seja o país...
Aqui chegado, quem lê estas linhas estará a perguntar o que tem tudo isto a ver com Tomar. No meu entendimento apenas duas coisas -mostrar que o Mundo é grande, não acaba ali ao fundo da Avenida Nun'Álvares e sobretudo o que consta do excerto acima, que passo a traduzir: "Carlos Tavares não escondeu que a Opel - Vauxhall apresenta algumas fraquezas na área da competitividade. As despesas com pessoal da empresa anglo - alemã representam 15% do volume de negócios, contra apenas 10% na PSA. Mesmo assim, Tavares não encara o encerramento de locais de produção e tem a intenção de melhorar a produtividade da futura entidade que resultar da fusão."
Bem sei que as autarquias não têm que dar lucro. Apesar disso, quando uma grande empresa, que produz bens transaccionáveis, gasta apenas 10% com os seus trabalhadores, e uma outra que gasta 15% está em crise, existir uma câmara que nada produz, mas gasta 40% do seu orçamento com funcionários, é manifestamente algo que não bate certo.. Tanto mais que,, num raio de 50 quilómetros, não há nenhuma outra autarquia nessa situação.
As autarquias não são comparáveis com as empresas privadas?  Concordo totalmente. No entanto, convém ter em conta que em França, o candidato centrista à próximas presidenciais, cujo resultado final será conhecido a 7 de Maio próximo, inclui no seu programa a supressão de 500 mil empregos na função pública, em cinco anos.E Emanuel Macron, ex-ministro da economia do governo socialista de François Hollande, e provável vencedor das próximas presidenciais, também já anunciou que, caso seja o vencedor, vai suprimir 120 mil lugares de funcionários em cinco anos, entre os quais 70 mil nas autarquias locais.
Tendo em conta o que antecede, creio que tanto a câmara de Tomar como a geringonça vão na direcção errada, ao aumentar o total de funcionários públicos, em vez de os reduzir. Ou estou outra vez a ver mal?
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