segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

As mesmas causas...

"Esta semana desastrosa mostrou alguns dos problemas mais sérios da geringonça. O governo não sabe o que fazer. Não tem estratégia, não tem rumo e não tem políticas. Limita-se a estar no poder, e tudo fará para não o abandonar. Já reverteram o que podiam reverter e agora vão gerindo o país com o financiamento do Banco Central Europeu. Temos um governo que se limita a sobreviver. Por isso, vamos assistir a mais semanas como a última. Se não for a Caixa, é a TSU, ou as parcerias público-privadas, ou qualquer outra coisa. As contradições da geringonça são demasiado profundas. E vão piorar. Não vão seguramente melhorar."

João Marques de Almeida, Um aperitivo do caos político que aí vem, Observador.pt, 19/02/2017

Sentenciou o químico francês Lavoisier, há mais de dois séculos, que "As mesmas causas, nas mesmas circunstâncias exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos." Vejamos uma vez mais se assim acontece também na política, dado que o postulado inicial se referia  à química.
Usando o excerto acima como base, desçamos das alturas de Lisboa ao vale nabantino, que é como quem diz, subamos o vale do Tejo, derivemos para o vale do Zêzere e daí para o do Nabão. Na área política, pois claro.
Temos então o seguinte: 
Esta semana desastrosa mostrou alguns dos problemas mais sérios da manhosa mini-geringonça local. O executivo socialista não sabe o que fazer. Não tem estratégia, não tem rumo e não tem políticas. Limitam-se a estar no poder, e tudo farão para não o abandonar. Já fizeram o que tinham a fazer e agora vão gerindo a cidade e o concelho com os poucos meios disponíveis. Temos uma presidente que se limita a sobreviver. Por isso, vamos assistir a mais semanas como a última. Se não for o estacionamento, é o ambiente, ou os contratos por ajuste directo, ou as auditorias quando o mandato está a terminar, ou qualquer outra coisa. As contradições da manhosa mini-geringonça local são demasiado profundas. E vão piorar. Não vão seguramente melhorar. E a CDU até já veio dizer o que pensa a esse respeito, pela voz do seu vereador Bruno Graça, e do deputado municipal Paulo Macedo.
Como se vê, encaixa perfeitamente. O que não me parece surpreendente. Em Lisboa e em Tomar fala-se a mesma língua, a cultura é comum e a ideologia político-partidária é idêntica: Procura-se afanosamente chegar ao poder sem grande preparação prévia, ou programa sério. Depois logo se vê.  
As consequências aí estão, com tendência para o agravamento.


Foto Cidade de Tomar, com os nossos agradecimentos.

Mas a até agora amorfa oposição local também não tem motivos para embandeirar em arco. Ao invés do que pensam alguns dos seus maiorais, o eleitorado não está a dormir. Está só calado, por ser demasiado conformista. Mas continua a pensar. Basta atentar nestes comentários à apresentação da candidatura de Luís Boavida, copiados de Tomar na rede, para disso se dar conta:

Realmente estava cheio, mas foi uma apresentação cheia de nada então a intervenção de Luís Montenegro, falou falou mas de eleições autárquicas pouco disse, estava mais interessado em politica nacional, enfim."
Pagaram aos participantes? 
Ofereceram eletrodomésticos... bonés... canetas...? :)
Quando o líder do PSD destaca o "estacionamento tarifado" como um dos maiores problemas do município, ficamos com medo de mudar da lama para o atoleiro.
Triste cidade, esta!"
Conforme aqui escrevi há uns tempos, ou tratam de arranjar um projecto e quem o saiba transformar em programa, e mais tarde implementar, ou estão bem lixados. Com lixa da grossa! 
E nós, pagantes de taxas e impostos, directos e indirectos, também. Infelizmente! Porque, caso não existam escolhas evidentes na altura de votar; se os candidatos forem semelhantes e sem projectos que os distingam de forma clara, que fazer?




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