Cem milhões de euros anuais para sustentar o órgão e os respeitáveis deputados da nação.
Eleições
Parolos deslumbrados
armados em ricos com os euros de Bruxelas
Somos assim, e não parece haver grande coisa a fazer para lograr alterações comportamentais substantivas. Disse há dois milénios aquele romano que nos visitou, haver no oeste do território um povo -os lusitanos- que nem se sabem governar, nem querem que os governem. Infelizmente, não parece ter havido grande evolução em mais de vinte séculos. Ainda somos assim, em grande parte.
Numa situação que intriga a Europa inteira, temos desde há mais de um ano um parlamento com 60% de eleitos de direita, contra logicamente 40% de esquerda, que vai provocar a queda de um governo de direita, ao votar contra uma moção de confiança. Tudo porque as direitas não se entendem, preferindo algumas votar junto com as esquerdas. Baralhado?
São apenas, em grande parte, parolos deslumbrados com os euros de Bruxelas, sem mundo nem arcaboiço para a grande política. Se assim não fora, teriam matutado antes nos inconvenientes da rejeição da moção de confiança que Montenegro resolveu apresentar, por lhe cheirar a folgada vitória eleitoral. Será mesmo assim?
Governantes um bocadinho mais preocupados com as finanças e outros problemas do país, teriam concluído ser melhor aguardar mais alguns meses para provocar a queda do governo, de forma a conseguir-se a junção das eleições legislativas com as previstas autárquicas, lá para Setembro ou Outubro. Demasiado exigente? Isso era pedindo a junção dos três escrutínios, previstos nos próximos 8 meses: legislativas em Maio, autárquicas em Outubro, presidenciais em Janeiro 2026.
Poupava-se muito dinheiro fazendo um três em um, mas isso é coisa para países de gente pobre, e nós somos abastados graças aos abundantes recursos prodigados pela UE. Ou temos essa mania. Além disso, a junção de pelo menos duas consultas eleitorais numa só, teria outro efeito benéfico, pelo menos no concelho de Tomar.
Se os leitores bem se lembram de leituras recentes aqui no blogue, nota-se uma diferença de participação eleitoral da ordem dos 16% entre as municipais de 2021 e as legislativas de 2024. O que representa no concelho de Tomar cerca de cinco mil eleitores que não foram votar em 2021. É muito. Sobretudo na freguesia urbana, em que mais de metade (51%) se abstiveram.
Procurando poupar, conseguia-se também, é suposto, que juntando as duas consultas, a participação eleitoral aumentasse significativamente, pois ninguém está a ver um eleitor votar nas legislativas e abster-se nas autárquicas, ou vice-versa, se em simultâneo. Mas isso era pedir demasiado a eleitos mais preocupados com parlapié, putas e vinho verde, como disse o holandês da Comissão Europeia, aqui há tempos.
Nós portugueses somos assim. Salvo raras excepções, nem esquecemos nem aprendemos nada. E o Mundo não espera por nós...
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