segunda-feira, 17 de março de 2025


A maioria socialista, os tabuleiros e a UNESCO

Uma atitude política asquerosa

https://mediotejo.net/tomar-candidata-festa-dos-tabuleiros-a-patrimonio-da-humanidade-c-video/

 Tive náuseas, ao ler as tiradas triunfalistas da srª vice-presidente da Câmara no link supra, no passado dia 14, a propósito da entrega da candidatura dos tabuleiros a património imaterial na UNESCO. São considerações do meu ponto de vista indignas de alguém de esquerda. Vejamos.
Por razões que conviria apurar, algo que nunca será feito, estou certo, sendo as coisas aquilo que são, um simples processo de candidatura a uma classificação da UNESCO, que devia durar um máximo de sete meses, e que eu consegui terminar em menos de sete dias, em 1983, já vai nos sete longos anos e ainda não está concluído. Porquê? Quem falhou? Que erros foram cometidos? -Silêncio, há festarolas, subsídios e comezainas para compensar o rebanho de fiéis.
Em vez de corajosamente encarar a realidade tal como ela é, e pedir desculpa aos eleitores pelo insucesso manifesto, a srª vereadora que lidera o processo, que já custou à autarquia centenas de milhares de euros, resolveu usar um discurso em tom de epopeia, tentando transformar um evidente malogro com alguns erros, num estrondoso sucesso sem mácula. 
É o tipo dos discursos de Sócrates, o do PS, que pelo menos sempre vai tendo a coragem de admitir que é tudo uma questão de narrativa, para que não haja dúvidas. Já no caso da senhora, nitidamente mais esquerdista, cheira a "causas fracturantes", especialidade dos bloquistas. Esta pelo menos não oferece dúvidas. É mesmo do tipo fracturante. Obrigou a fracturar o mealheiro camarário para pagar os custos, nomeadamente o funcionário superior expressamente contratado para elaborar o processo de candidatura, que custa aos cofres municipais uma modesta quantia à roda dos 50 mil euros anuais, e já  dura há sete anos.
Poderá alegar a senhora visada, que não está nada habituada a conformar-se com a realidade, que quem escreve estas linhas dirigiu em 1983 uma candidatura à UNESCO então muito mais simples, a do Convento de Cristo e do Centro histórico a Património da Humanidade, que por isso foi elaborada em poucos dias.
É verdade, mas começou-se então por assumir a função com humildade, procurando saber previamente junto da UNESCO quais eram as normas a seguir e as eventuais idiossincrasias a ultrapassar, o que desta vez nunca foi feito, após o que tudo correu pelo melhor, com uma única mácula -a candidatura era do Convento e do Centro histórico, mas o ICOMOS, reunido em Friburgo, recusou a última, alegando que era redundante, uma vez que o Convento de Cristo é em Tomar e no centro urbano.
Escrevo e lembro tudo isto, porque em Outubro próximo há eleições, sendo urgente correr com esta gente, que nem sequer consegue encarar a realidade tal como ela é. As outras formações até podem não ser melhores, mas parecem pelo menos mais equilibradas, com menos tendência para o desvario e o estoiro de dinheiros públicos, que tanta falta fazem noutros sectores.
De qualquer maneira, citando o palhaço brasileiro Tiririca, que em tempos foi eleito deputado federal aqui no Brasil, "corram com eles que pior do que está não fica."


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