Água, saneamento e resíduos sólidos -Tejo Ambiente EIM
Após 4 anos de casamento
Ourém ameaça bater com a porta
É tão agradável trabalhar com os tomarenses, que ao cabo de apenas 4 anos de casamento de conveniência na Tejo Ambiente, Ourém ameaça com divórcio, conforme link supra. Como se chegou a tal situação? A Tejo Ambiente é uma empresa intermunicipal com 6 sócios - Ourém (40.464 eleitores), Tomar (33.346 eleitores), Barquinha (6.410 eleitores), Ferreira do Zêzere (6.846 eleitores), Mação (5,696 eleitores) e Sardoal (3.155 eleitores).
Ou seja, a Tejo Ambiente tem dois sócios principais, Ourém e Tomar, e quatro outros tipo contra-peso, que no seu conjunto têm bastante menos eleitores que Ourém ou Tomar. Numa imagem ilustrativa, quatro crianças associadas a dois adultos. Agravando a situação, o maior concelho, Ourém, só entra na Tejo Ambiente com o Saneamento e resíduos sólidos, pois a distribuição de água está concessionada à Be Water, uma multinacional ligada ao grupo francês SUEZ.
Foi Anabela Feeitas, com a sua política de não olhar a meios para alcançar certos fins, que engendrou esta salganhada na área da água, saneamento e resíduos sólidos, ao constatar que não conseguia controlar minimamente os SMAS Tomar. Pensou que acabando com eles, morriam as divergências.
Ao que tudo indica, Ourém só aceitou integrar uma empresa intermunicipal nitidamente desequilibrada devido a existência da ETAR oureense em território nabantino, na freguesia da Sabacheira. Certamente ignorava na época a problemática situação tomarense na distribuição de água. Metade da água comprada à EPAL nunca é facturada aos consumidores, o que significa que se perde nas canalizações demasiado antigas, ou é roubada.
Neste contexto, perante a recusa pela AM de Tomar do tarifário proposto pela empresa, e face às críticas do próprio PSD nabantino, o presidente de Ourém ameaça acabar com o casamento de conveniência, alegando que não está para aturar os problemas dos outros.
E agora? É evidente a satisfação da extrema-esquerda tomarense, cujo principal objectivo é o retorno à estaca zero -a refundação dos SMAS Tomar, sem antes resolver o grave problema das perdas de rede e de liderança efectiva. Não vai ser fácil, pois são elevados os encargos entretanto assumidos pela Tejo Ambiente, cuja liquidação será complexa e demorada.
Por outro lado, o presidente de Ourém não foi categórico. Não disse que saía ou ia propor a saída. Limitou-se a uma frase diplomática, como convém. "Estou a ponderar propor num futuro próximo a saída do concelho da Tejo Ambiente", segundo a notícia da Hertz.
Muita água vai portanto correr ainda nas torneiras, paga pela Câmara de Ourém a menos de metade do preço da Câmara de Tomar, pois os fornecedores são diferentes, e as necessidades outras, até à clarificação final da situação. Para já, resta aguardar as autárquicas, lá para Outubro, o tal "futuro próximo" de que fala Albuquerque. Quanto às enormes perdas de rede no concelho, os consumidores tomarenses vão continuar a pagar e não bufar, porque esta Câmara PS é uma maravilha, que até nos dá tantos concertos à borla, e festas caríssimas, e medalhas, e subsídios, e casinhas de renda económica, e tudo e tudo. Vivó PS!
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