Ensino e formação profissional
Uma escola profissional
da construção civil e obras públicas em França
A reportagem é do prestigiado LE MONDE, conforme link supra. Em Lyon, 3ª maior cidade francesa, após Paris e Marselha, cidade do cinema e da gastronomia, com um pouco mais de 500 mil habitantes, foi inaugurada em 2023 uma escola profissional da construção civil e obras públicas.
Para geral surpresa, dois factos inesperados: 1 - A maioria dos alunos são afinal alunas (ver imagem); 2 - Há muitos alunos e alunas com formação universitária, a frequentar cursos profissionalizantes de pedreiro, estucador, canalizador, carpinteiro de cofragem, e por aí adiante, para reorientarem os seus percursos profissionais.
Noutra passagem, refere a reportagem que os alunos formandos, agora a ganhar o ordenado mínimo francês (1.802 euros mensais), têm boas perspectivas, a médio prazo, de levar para casa no fim de cada mês entre mil e quinhentos e dois mil euros limpos, e até mais, num sector antes considerado como um beco em termos de evolução profissional.
Quando se olha para o panorama educacional tomarense, onde a única escola profissional com uma reduzida oferta formativa está em risco de fechar por falta de formandos, a pergunta impõe-se: -Somos mesmo europeus, para o melhor e para o pior, ou apenas nascemos e habitamos numa ponta do continente, sem grande relação com o centro e respectiva maneira de pensar a vida?
Pergunta tanto mais pertinente, quanto é certo que, por mero acaso, a Câmara de Tomar acaba de subscrever mais um ajuste directo, visando a manutenção da Mata dos 7 montes por uma empresa privada, segundo o presidente Cristóvão por não dispôr de recursos humanos (leia-se jardineiros) suficientes, entre os funcionários municipais.
De acordo com os dados disponíveis, a Câmara de Tomar tem actualmente nos seus quadros 630 servidores públicos, ou seja um funcionário para cada 53 eleitores (33.400 eleitores inscritos a dividir por 630 funcionários municipais). A maior densidade regional, e mesmo assim estamos mal servidos, como todos sabemos, e o próprio presidente admite que não tem jardineiros suficientes (ou competentes?) para zelarem a antiga Cerca conventual.
Será isto só má língua, como alegam habitualmente os instalados à volta de gamela? Ou estamos mesmo a viver numa bolha em relação ao país e à Europa, sem disso nos darmos conta? Convém apurar quanto antes, para se poder mudar de rumo, pela menos na área do ensino e formação profissional. Começamos a ter algumas características de exotismo em relação ao triângulo Londres-Paris-Berlim. Mau sinal. Paira cada vez mais no concelho a ideia de que os tomarenses dão todos excelentes funcionários públicos sentados...
Sem comentários:
Enviar um comentário