Turismo e reumatismo ideológico
Em Roma, até para ir à Fonte de Trevi
se passa a pagar dois euros/pessoa
Pela ponta da Europa, onde a terra se acaba e o mar começa, como escreveu o zarolho há cinco séculos, duas notícias retiveram a atenção deste vosso servidor na área da escrita. A nova brigada do reumático, e os 200 mil visitantes nos monumentos e locais geridos pela autarquia.
No caso da nova brigada do reumático, pensei para comigo que quanto mais o país muda, mais estamos na mesma. Há cerca de 60 anos, atrapalhado perante uma inesperada e insistente contestação dos militares, o então chefe de governo convocou para S. Bento todos os brigadeiros e generais, numa espécie de beija-mão forçado e ultrapassado, que ficou conhecido como o episódio da brigada do reumático, que foi apoiar o governo, mas não evitou o 25 de Abril algum tempo depois.
Inconveniente ou vantagem da idade, depende do ponto de vista, foi com espanto que tomei agora conhecimento do regresso à política activa de três fundadores do Bloco de Esquerda (Louçã (68 anos), Fazenda (67 anos) e Rosas (79 anos), como cabeças de lista em círculos eleitorais importantes. É, na minha opinião, a nova brigada do reumático, agora de extrema esquerda, tentando evitar a todo o custo a derrocada eleitoral. Conseguirão?
Enquanto isto, a Câmara tomarense procurou alardear mais uma vitória na área da promoção do turismo, mandando publicar na informação local que em 2024 200 mil visitantes entraram nos monumentos e locais tutelados pelos serviços municipais, todos com entradas gratuitas.
Só algum tempo depois, O Mirante, com sede em Santarém, veio acrescentar que afinal o Convento de Cristo registou 315 mil entradas em 2024, a 15 euros por pessoa, salvo isenções, o que dá um total superior a meio milhão, em vez dos 200 mil anunciados.
Temos assim registados mais de meio milhão de turistas em Tomar. 315 mil pagantes e 200 mil aproveitantes da compra de votos pelos socialistas. E vem a terreiro mais uma vez, a questão dos eventos a pagar e das entradas idem. Sobretudo quanto à Festa dos tabuleiros.
Andam agora todos muito entretidos com a candidatura a património imaterial da UNESCO, que tem evoluído a passo de caracol com problemas de locomoção, enquanto vão fingindo que esquecem o essencial. A última edição custou à autarquia um milhão e trezentos mil euros, pelo menos, e foi tudo à borla. Nada de entradas pagas, para não se vir a constatar putativamente que no fim de contas os tabuleiros nem atraem assim tanta gente. E para escamotear outras coisas.
Como bem escreveu o Gedeão, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança, e felizmente nem todos padecem de reumatismo mental na gestão do turismo. Se calhar porque não precisam de comprar votos encapotadamente para se manterem no poder.
Segundo o Le Monde, uma das principais bíblias da informação mundial, a Câmara de Roma já decidiu. O acesso à conhecida Fonte de Trevi, em plena cidade da qual é símbolo, (ver imagem) vai passar a custar 2 euros por visitante. Decorrem nesta altura estudos para apurar a melhor maneira de cobrar essa taxa de acesso, com um mínimo de perda de tempo.
O governo italiano é de extrema-direita, e mais não sei quantos? É sim senhor. Mas a Câmara de Roma é de esquerda, tal como o nosso PS diz que é.
Tendo em conta tudo indicar nesta altura que os tabuleiros 2027 vão custar mais de dois milhões de euros à autarquia, quem é que ainda pensa ser possível voltar a fazer a festa nos moldes tradicionais, sem entradas pagas?
Tabuleiros à borla, Janela do capítulo a 15 euros? Justiça e equidade, por onde é que vocês andam, no vale nabantino?
Segundo a sua coordenadora o BE recorreu aos históricos porque o mundo está perigoso com o inquilino da casa Branca!!! O Louça disse o mesmo!!! Ridículo...
ResponderEliminar