domingo, 23 de março de 2025


AM extraordinária sobre a Tejo Ambiente

Afinal a  montanha não pariu nada

Convocada pela direita, que se sentiu ofendida com algumas considerações da Tejo Ambiente sobre o tarifário rejeitado, mas na realidade manobrada pela CDU, tendo em vista a regresso dos SMAS, a sessão extraordinária da Assembleia Municipal para "discutir o futuro da Tejo ambiente", conforme escrito num órgão local de informação, nada produziu de realmente útil e prático.
No outro hemisfério, a sete horas de avião de Lisboa, acabei há pouco de ver na TV a gravação da transmissão directa, assegurada por competentes operacionais da Hertz, com legendagem automática. Uma maravilha! Com um único lamento da minha parte. Durante a transmissão pensei várias vezes no eventual título "A montanha pariu um rato", que sou forçado pelas circunstâncias a alterar para "A montanha não pariu coisa nenhuma".
Ao longo das horas, os vários deputados municipais lá foram debitando as suas intervenções, quase todos lendo o discurso preparado, uns por imposição partidária (CDU e BE), outros porque nunca aprenderam a falar sem papel à frente. O resultado geral só podia ser o mesmo de sempre -calamitoso. Pouca assistência, 19 pessoas a seguirem a transmissão directa e apenas 270 visualizações na doze horas seguintes. Uma miséria, num concelho de 33 mil eleitores.
Foi um desastre? Para mim sem sombra de dúvida, sendo todavia certo que os políticos locais não aprendem, repetindo os mesmos erros ao longo dos anos. Não se citam nomes, para evitar posteriores incómodos, mas praticamente quem se interessa por estas coisas sabe do que e de quem estou a falar.
Que aconteceu de facto? Procurando descrever de forma imparcial, algo muito claro. Após uma série de intervenções de qualidade desigual, falou o director-geral da Tejo Ambiente e esmagou, em sentido figurado, claro. Foi mesmo um massacre. Muito bem preparado e agindo sempre como um profissional brioso, calmo e muito educado, respondeu às perguntas, tirou dúvidas, esclareceu pontos mais obscuros e explicou vertentes menos óbvias.
Visivelmente surpreendidos e combalidos perante tanta qualidade, os deputados municipais, com destaque para a CDU que entrou no ataque pessoal, dizendo serem políticas coisas apresentadas como técnicas, passaram então à votação da admissão de uma proposta da CDU, que não foi lida, pelo que não sei dizer do que se trata na verdade.
Aceite a proposta com muitas abstenções, na altura em que se devia passar à sua discussão e votação, o presidente da AM assinalou que um determinado artigo regimental impede que se acrescentem novos pontos na ordem de trabalhos das sessões extraordinárias.
Logo após uma proposta do PSD, no sentido de se debater e conceder 5 minutos de intervenção a cada formação, mesmo tendo em conta a manifesta ilegalidade, a CDU topou a armadilha e apressou-se a dizer que retirava a proposta, uma vez que é ilegal, desde que a passem para o primeiro ponto da ordem de trabalhos da próxima sessão da AM. Espera-se que entretanto alguém esclareça finalmente qual é o teor do documento. A população paga, pelo que tem direito à informação completa.
Concluindo,  uma tarde inteira a serrar presunto. Se o tema inicial era discutir o futuro da Tejo Ambiente, depois de uma sessão assim, passou a ser "que futuro para esta AM e para esta gente?"


1 comentário:

  1. Eu estou-lhe sempre a dizer que os programas eleitorais não interessam nada, quer por o povão ser ignorante e não os saber ler e interpretar, quer pela militância política. Hoje tivemos mais um exemplo com as eleições na Madeira onde o povão votou outra vez na corrupção, os corruptos continuam no poder!!! E o mais extraordinário é que saem impolutos das eleições, que servem para limpar a porcaria!!! O mesmo quer fazer o Montenegro, vai a eleições para não ter de explicar as actividades das empresas dele...

    Não querendo chamar corruptos aos PS locais, Tomar vai continuar PS. Preparem-se!!!

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