Mais alojamentos sociais na Choromela. Imagem Rádio Hertz com os agradecimentos de TAD3.
Alojamento social e votos na esquerda
O equívoco da maioria PS nabantina
O assunto é complexo, por conseguinte difícil de explicar em termos simples e de leitura agradável. Trata-se do alojamento das camadas mais modestas da população. "Direito à habitação", proclamam os comunistas.
Na sequência do ocorrido por essa Europa fora, após a 2ª guerra mundial, em Portugal e com o natural atraso devido à tardia democratização, os partidos de esquerda e extrema-esquerda concluíram que obtinham os melhores resultados eleitorais, já não nos centros industriais com numeroso proletariado, mas sobretudo nas periferias das grandes cidades, nomeadamente nos bairros de alojamento social.
Daqui resultou entre nós, ao nível do país, o incremento na construção de alojamentos sociais, com o realojamento de camadas da população vivendo até então em acampamentos e outras habitações precárias. Como sabemos, em Tomar foram realojadas cerca de 250 pessoas de etnia cigana, que até então viviam num acampamento ilegal no Flecheiro, sem as indispensáveis precauções neste tipo de casos, e quando já se sabia que no Entroncamento, por exemplo, a apenas 20 kms, os sucessivos incidentes e outros percalços já tinham levado a oposição de direita a votar contra a edificação de alojamentos sociais, devido aos inconvenientes daí resultantes, para os vizinhos e a população em geral. Está n'O Mirante. Basta consultar.
Em Tomar, alheios a toda esta envolvência, como se o vale nabantino fosse um território autónomo em pleno deserto, a maioria PS apostou num ousado plano de construção de habitação, sem ter em conta as normais condições de mercado. 32 alojamentos na Choromela, 12 alojamentos em Marmelais, 60 alojamentos, podendo chegar a 200 junto ao Politécnico, é demasiada fruta numa árvore tão pequena. E o IHRU não esteve pelos ajustes, por uma questão de prudência e caldos de galinha, que nunca fizeram mal a ninguém.
E vieram os dissabores, como sempre acontece com os empreendimentos mal planeados e pior executados. A Câmara acaba de perder o financiamento a 100% para a empreitada de Palhavã, tendo agora de contentar-se com um empréstimo bancário bem mais gravoso. (accionar link inicial), mas nem assim modera a sua acção manifestamente mal preparada. Porquê?
Em vez de parar para pensar, a seis meses das próximas autárquicas, os socialistas locais resolvem insistir numa empreitada de alojamento social para a qual não parecem preparados, designadamente para a hipótese de os alojamentos a construir, depois não encontrarem ocupantes socialmente aceitáveis pela restante população, numa terra em que a dita está a diminuir de ano para ano, há mais de duas décadas.
Uma notícia da Hertz, com origem na Câmara, mostra bem o embaraço que reina nas hostes socialistas, embora o não queiram admitir:
"Por outro lado, em andamento está a obra da Choromela, com a construção de 32 fogos também destinados a arrendamento a custos acessíveis, desde logo a jovens casais, e à chamada classe média. Ou seja, nada a ver com habitação social."
Como bem sabem todos os que se interessam pelos problemas do alojamento urbano, há habitação social logo que o arrendamento ou compra estão sujeitos a condições particulares de rendimento mensal, composição da família, estado de saúde, idade ou nacionalidade, e não só às condições do mercado.
Temos assim que, procurando fugir à polémica sobre o eventual realojamento de famílias problemáticas, que afastaria as outras famílias, a Câmara já começa a tentar enganar os cidadãos eleitores mais pacatos, asseverando que "nada a ver com habitação social", quando pelo contrário devia admitir lealmente que se trata disso mesmo, de alojamentos sociais, para quem não pode aceder a outros, por uma infinidade de razões, a principal das quais é a falta de recursos monetários.
Deste embuste camarário só podem resultar mal entendidos de toda a ordem, que desde já aqui se denunciam. A Câmara está neste caso como o sr. Jourdain, de Molière, que durante mais de 40 anos escreveu prosa, convencido de que era poesia. No caso, mandam construir alojamentos que julgam "para a classe média", mas afinal são sociais, com todos os inconvenientes eventuais daí resultantes. Com o tempo logo veremos. Fica o aviso, para memória futura.
Eu não tenho a certeza mas julgo saber que a situação no Entroncamento acabou por ser revertida e as construções avançam.
ResponderEliminarEste problema é muito sério porque houve muita gente a investir no imobiliário porque os depósitos a prazo, certificados de aforro, tesouro, etc..., dão muito pouco de juro e agora eles alteram as regras do jogo por completo. O Professor Rebelo já aqui "convessou" que quando regressou de França investiu em apartamentos, portanto isto que eu estou a mencionar não é nada descabido. E como o Professor há muito mais gente. E até na própria habitação, há muita gente que não tem poupanças e confia na habitação própria como uma forma de poupança, se precisar de libertar dinheiro pode sempre hipotecar, alugar ou vender.
Se a oferta de habitação for artificialmente aumentada pelas câmaras o preço da habitação despenca, é a lei da oferta e da procura. Há muita gente que vai ser fortemente penalizada, isto é o que o socialismo faz, multiplica os pobres. E vão haver muitos arrendatários que não irão pagar a renda á câmara tal como acontece na habitação "social" em que grande parte está em incumprimento, não paga renda porque o senhorio é a câmara.
No Entroncamento já há muita habitação recuperada e as rendas caíram para menos de metade, segundo se gabou o ex presidente em entrevista á Hertz. Eu cheguei a mandar a entrevista ao professor Rebelo.
Resumindo: isto vai ser uma desgraça para muita gente, e a longo prazo não vai trazer benefícios. A malta vai pensar assim:"poupar e investir numa casa para quê?" "Andar a fazer sacrifício
a pagar uma casa durante 30 anos para quê?"... o dinheiro que as famílias vão poupar com isto vai ser "escavacado" em outras coisas e invertem-se os valores pois a habitação deveria de ser o nosso bem mais precioso!!!
Eu agradeço a sua atenção ao me mandar o email. Pronto eu pensava que a decisão tinha sido revertida porque sigo o ex vereador Chega Luís Forinho nas redes sociais e fiquei com essa impressão mas então estou errado. Para reforçar a ideia da semelhança entre investimento e habitação, quer as rendas ou os rendimentos dos investimentos, juros de depósitos a prazo, de obrigações (bonds) e dividendos de ações são taxadas a 28% aí em Portugal. E antigamente, durante o estado novo, não havia segurança social e a malta construía uma "casinha para a velhice". Hoje é tudo á mama na tetinha do estado.
ResponderEliminarMando-lhe (outra vez) o link para a entrevista do ex presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, copie e veja. https://youtu.be/j-h_OEVIifc?si=J0dy6k-nrPlIxPVa