quinta-feira, 20 de março de 2025


Análise política

A política local entre o teatro 
a denúncia anónima e o outsourcing

TOMAR - PS e PSD já serviram o 'aperitivo' para a Assembleia Municipal que irá debater a Tejo Ambiente: sessão «dará voz aos que demonizam a empresa» - Rádio Hertz

TOMAR - Inspeção-geral de Finanças e ERSAR receberam queixa contra «ilegalidade do tarifário» da Tejo Ambiente - Rádio Hertz

TOMAR - Câmara já tem «plenos poderes» para intervir na Mata dos Sete Montes. Empresa externa foi contratada para zelar pelo espaço - Rádio Hertz

Por aqui também tem chovido bastante, mas a temperatura mantém-se nos 28-29 graus célsius à beira mar, o que permite ir pensando de bermuda e sandálias, enquanto se caminha no amplo calçadão, a cismar na terra-berço, que ontem foi dia do pai.
Visto daqui, parece pairar um anómalo silêncio na política do vale nabantino. Tirando as fotografias, sempre muito lindas e sempre as mesmas, bem como algumas banalidades sobre o quotidiano de alguns que se julgam importantes e vão falando de tudo, até da gata lá de casa, escasseiam textos, opiniões, mesmo ao nível do comentário simplório. Até no Tomar na rede aparecem apenas dois ou três por dia, sempre os mesmos escrevendo igual. Uma pasmaceira, numa terra com as ruas desertas a partir do fim da tarde, como no Alentejo.
Na Hertz, que se esforça por bem informar dentro dos limites e do açaimo conhecidos, lá fui sacando matéria para pensar, resumida nos links supra, que os mais curiosos farão o favor de accionar, mas não é forçoso. O que mais promete é aquele da próxima sessão da AM, que ainda não consegui entender para que vai servir, mas deve ser problema meu. A idade, costumam dizer. Em todo o caso, segundo a notícia da Hertz, a referida sessão do parlamento municipal "dará voz aos que demonizam a empresa" (Tejo ambiente) e querem o retorno aos SMAS, acrescento eu.
Logo a seguir à demonização da empresa, aparece no mesmo órgão informativo uma originalidade em Tomar, meio século após os "bufos" terem ficado no desemprego, temos uma denúncia sobre irregularidades na mesma Tejo Ambiente, "devidamente identificada, mas com solicitação de anonimato", como no tempo da António Maria Cardoso. Trata-se obviamente de ajudar na queda da Tejo Ambiente, enfraquecendo-a, assim abrindo caminho aos ansiados SMAS. Mas como?
Causou-me por isso algum espanto uma notícia Hertz sobre a transferência da Mata para a Câmara, "que avançou para a contratação de uma empresa que ficará responsável por zelar pela Mata. Uma contratação que Hugo Cristóvão justifica com a incapacidade ao nível dos recursos humanos municipais para concretizar essa missão."
Essa agora! Uma Câmara com 630 funcionários, um para cada 60 e poucos eleitores, não tem jardineiros suficientes para assegurar a manutenção da Mata, o que em tempos era feito por 3 funcionários, incluindo o guarda?
E numa situação destas, há eleitos que pretendem o regresso aos SMAS, assim acabando com o outsourcing conseguido pela anterior presidente, e que Cristóvão vai agora usar na Mata? Caso para perguntar: Com que recursos humanos? Os mesmos do costume?
Há qualquer coisa que me escapa em tudo isto. E desculpem lá o outsourcing, Podia muito bem usar o vocábulo português terceirização, mas não era a mesma coisa. Há que alardear um bocadinho qualidades ausentes, por exemplo usando termos ingleses quando não se fala bem a língua da velha Albion. Os tomarenses gostam de espectáculos gratuitos, mesmo de fraca qualidade...

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