Carnaval 2025 no Rio de Janeiro. Aspecto do sambódromo.
Carnavais e razão a mais
Foi mais um ano em que tive o privilégio de assistir em simultâneo, de calções e sandárias, e com 29 graus, a vários carnavais, directamente ou via TV. Uma maravilha. Antes de mais, uma constatação. Não sua enorme exuberância e variedade, o Brasil é outra coisa!
Há esses portentos que são o Carnaval no Rio, em S. Paulo, Recife ou Salvador, que arrastam multidões, e depois milhares e milhares de desfiles neste imenso país, com chuva como na Europa, mas com temperatura agradável, pois por aqui é o verão e chove. Coisas do hemisfério sul, que nos mapas está sempre por baixo.
Sem pretender entrar demasiado em questões de grandiosidade e de mentalidade, pois tanto no Rio como em S.Paulo, e se calhar noutras capitais, desfilaram blocos e escolas de samba com mais de 8 mil figurantes cada, há um aspecto comum a todas essas manifestações: o pessoal faz a festa e desfila sobretudo para se divertir. Não querem saber se a coisa atrai ou não muitos visitantes. Pretendem, isso sim, que o bloco ou escola não fique mal na fotografia, em termos de animação.
Há competição implícita entre os grupos, com júri e classificação pelo menos em S. Paulo e no Rio de Janeiro, onde desfilaram 12 blocos de categoria extra ou especial, na Marquês de Sapucaí, o sambódromo da antiga capital do país, uma longa avenida com grandes bancadas de ambos os lados, em que os lugares não são nada baratos. Em S. Paulo, a escola que ganhou, a Rosas de Oiro, acabou assim com um jejum de 15 anos. E nunca desistiram. No Rio a apuração, como dizem por aqui, foi hoje quarta-feira. Venceu a escola Beija-flor. É a sua 15ª vitória em dezenas de anos de participação.
Enquanto isto, ver na NET uns videos do carnaval em Tomar deixou-me meditabundo. Já se sabe que é outra coisa, outra gente, outra atitude, outra mentalidade. Bem sei que chove e faz frio. Mas mesmo assim, nota-se que falta alegria, falta empenhamento, falta espírito competitivo. É tudo um bocado triste, forçado, só para dar nas vistas e sem olhar muito à qualidade. Pior ainda, ao lerem estas linhas, actores e responsáveis vão-me injuriar mais uma vez, culpando-me por dizer mal de tudo e de todos. Nem lhes passa pela cabeça que, mesmo que tal fosse verdade, faria parte das minhas liberdades fundamentais. E desde que não ofenda ninguém deliberadamente, qual é o problema? Excesso de intolerância, é o que é.
Talvez vá sendo tempo, creio eu, nesta como noutras questões, de os bem-pensantes tomarenses e tomaristas, sempre cheios de bem senso e de razão, começarem a considerar a hipótese de simplesmente padecerem de excesso de orgulho, de conformismo, de razão a mais, o que os impede de ouvirem os outros, quanto mais agora de debater ideias com serenidade. No fim de contas, regra geral, nem são descendentes dos navegadores de antanho, como muitos pensam, mas dos que foram ficando à sombra do castelo. E isso nota-se, mesmo séculos mais tarde...
Longe vai o tempo em que o Carnaval era pago e os reis eram estrelas das novelas brasileiras, eu penso que o Lima Duarte e a Regina Duarte chegaram a ser reis do carnaval de Tomar, na altura do Zeca Diabo ou sinhozinho Malta!!!
ResponderEliminarHoje os reis do Carnaval são o Mata do Lácalha e a Nonô Ferreira ex Remax!!!! Ao que Tomar chegou!!
Agora quando a sra.Vice Presidente fizer o balanço do Carnaval vai dizer que estiveram mais de 50 mil pessoas envolvidas no Carnaval. Se calhar tiveram só 5 mil mas eles empolam sempre os números!!! E é assim em todo o lado, nas empresas também é assim, as empresas grandes têm departamentos de comunicação que têm muito cuidado com aquilo que deixam passar cá para fora, só sai para fora o que interessa e coisas positivas, o que é negativo é escondido ou dissimulado. Este comentário está relacionado com o que respondi ao Zé Caldas sobre os números da Epal. É assim em todo o lado, quer nas câmaras quer nas empresas.
Hélder os números da Epal que mencionei, são os certos, pois a informação é da Ordem dos Engenheiros e não só da própria empresa.
ResponderEliminarTem noção do que são 10% de perdas de água no volume da EPAL?
A EPAL fornece quase 3 milhões de pessoas, fatura 180 M€ e tem lucro de 57M€.
O volume de água fornecida por ano é de 205 milhões de M3 de água, e por isso 10% são 20 milhões de M3, o que mesmo assim é uma enormidade.
No entanto é um racio bastante bom, comparado com os 50% da Tejo Ambiente, e dentro das melhores práticas a nível mundial.
EliminarSe o Zé Caldas o diz eu acredito, quem sou eu!!! Eu não sou engenheiro, infelizmente.
Aquilo que eu vi foi a página 3, fonte ersar 2012, dados 2011: perdas de água em baixa 30%. É o que lá está, não estou a inventar nada. Eu não li tudo porque não tenho paciência, mas salta logo á vista esse número. Só se antes e depois, não sei. O estudo é de 2014.
O estudo foi alguma auditoria da ordem dos engenheiros? Ou os dados foram fornecidos pela Epal. Se são dados da empresa eu desconfio, eu desconfio sempre dos números das empresas, lemba-se certamente do escândalo da Volkswagem chamado de Dieselgate em que o software dos carros foi alterado para falsificar as emissões, foi um caso muito comentado. As empresas têm tendência a enfabular a realidade, se você ler os relatórios e contas como eu leio com frequência porque sou um micro investidor chega a essa conclusão, é raro ler a mensagem de um CEO que se autocritique e dizer: "Fizemos merda"... Mas se você diz que são 10% eu não o discuto, quem sou eu!!!