quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025





Centro histórico

Esta gente sem raízes nem substância 
lembra-se de cada coisa!

A imagem supra foi copiada do TNR, (com os nossos agradecimentos), que por sua vez a terá reproduzido do projecto de requalificação de parte do Centro histórico. Trata-se de uma antevisão da praceta da entrada da Mata, a velha Cerca conventual. Por razões que me escapam, apoiadas numa estética vinda não sei bem de onde, uns senhores arquitectos paisagistas decidiram que havia estacionamento a mais naquela espaço, e vai de alargar a placa central e plantar quatro árvores de médio porte, porque há poucas na Mata.
Melhor ainda, o que era difícil, muito democraticamente resolveram retirar o pedestal do Infante D. Henrique, colocando-o ao nível do Nini a conversar com o Lopes Graça, no ex-estádio. Como se um nobre real do século XV fosse do mesmo nível de dois plebeus ilustres do século XX. Valha-nos nossa senhora da Agrela, que não há santa como ela!
Ó senhores que têm os livros! (Ou deviam ter?) Se querem mesmo rebaixar o Infante, levem-no para a casa dele, lá em cima no Castelo. Ou então para os Estaus, ao fundo da Rua dos Arcos, obra dele. Ali onde está, é que não. Nunca foi guarda florestal ou agricultor, e a Cerca só foi anexada ao Convento depois da reforma de 1529, já o Infante tinha morrido há 69 anos.
Citando o Nini Ferreira, "os visitantes gostam muito da festa, mas os tomarenses vêem-na com outros olhos." Acontece o mesmo em relação ao centro histórico. Os metecos, mesmo arquitectos, gostam muito, mas os tomarenses de raiz vêem a sua terra com outros olhos e outra paixão. 
Por conseguinte, deixem-se de devaneios, por favor! Procurem inovar na medida do possível, mas respeitando o passado. Mantenham ou aumentem os lugares de estacionamento, e dêem dignidade ao grande empreendedor dos descobrimentos, aproximando-o da sua casa ou da sua obra. Árvores há muitas. Sensibilidade e bom senso é que nem tanto, infelizmente.




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