Imagem ilustrativa, que não retrata nenhum dos mencionados no texto infra.
Licenciamento de obras particulares em Tomar
"Chama-lhe puta, minha filha..."
A frase é bem conhecida e de origem portuense, mais precisamente do Mercado do Bolhão, onde entre as vendedeiras o português é mais desbragado, porque Braga é logo mais acima e há a influência do galego. Terá sido nesse mercado que a dada altura, durante uma querela popular, a mãe de uma das vendedeiras terá aconselhado sabiamente a filha: "Chama-lhe puta, minha filha! Chama-lhe puta, antes que ela te chame a ti!"
Tal parece ser, mutatis mutandis, a situação resultante da crónica aqui publicada sobre licenciamento municipal de obras particulares, citando uma notícia do Mirante: Mensagem: editar. Ao que aqui chegou posteriormente, via feedback, os senhores da maioria socialista local, e sobretudo os quadros superiores visados, sentiram-se injustiçados, ultrajados e caluniados, pelo que começaram a disparar em todas as direcções, usando a arma usual -é só má-língua, não sabe do que fala, está ressabiado... Na prática, o equivalente ao "Chama-lhe puta, minha filha..."
Ou seja, como diz o povo pelas bandas de Tomar, "tipos cheios de lata e sem vergonha na cara, que fazem o mal e a caramunha". Que julgam poder passar de arguidos a juízes só porque sim. Mas a situação agora é outra, e os que se julgam DDT, como o despromovido Salgado, se realmente querem desmentir factos comprovados e ultrapassar pela positiva uma situação cada vez mais chocante, fariam melhor ir poupando nas palavras e passando aos actos.
Quantos requerimentos de obras particulares deram entrada mensalmente na Câmara de Tomar nos últimos 5 anos? Quantos foram despachados favoravelmente em cada mês e ano? Qual foi o prazo médio de cada deferimento? Isso é que era serviço, para se poder comparar com outros municípios da zona, e perceber melhor porque raio é que empresários, empresas e simples cidadãos tendem a embirrar com Tomar? Para não mencionar os próprios tomarenses que se vão lastimando em vão, e até mesmo o provedor da Misericórdia, empurrado para a Atalaia.
Mas solicitar informações básicas aos serviços municipais de Tomar, é na prática como falar para as paredes, mesmo quando se tem o amparo da Lei. Há um ano que o escriba aguarda duas informações, ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos, que concede à Câmara 10 dias úteis para responder aos requerimentos. É isto aceitável?
Deixem-se de comédias, fingindo-se virgens ofendidas, e comecem mas é a trabalhar em prol dos tomarenses, pois para isso foram eleitos ou contratados, consoante os casos. Não me forcem a usar a gasta frase "As vossas palavras ocas não passam de simples balas de cartão, que resvalam na couraça da minha indiferença." Nem por isso descerei ao nível da peixeira do Bolhão, por uma questão de dignidade da qual me recuso a abdicar.
Muito bem, felicito o António Rebelo pela frontalidade, e pela objetividade da crítica nesta peça. É tempo, mais que tempo, de “chamar os bois pelos nomes”. Esta presidência da câmara municipal, a que se associam alguns responsáveis técnicos da casa, usa e abusa das palavras e das encenações.
ResponderEliminarAgradeço a amável referência, assaz rara nos comentários. Tomei boa nota da frase "a que se associam alguns responsáveis técnicos". Há de tudo, como na farmácia, mas "só alguns"?
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