domingo, 16 de fevereiro de 2025

 


"Esta será a cara da continuação desde há muitos anos à frente da direção do Convento de Cristo. Seja PS ou PSD em períodos diferentes todos acharam que este é o caminho. Como Tomarense sinto-me triste, pois ouço os trabalhadores do Convento, e os vários players da Cidade e que vivem do turismo, todos me dizem que era bom para aquele importante complexo monumental ter existido uma renovação, tais são as críticas que se ouvem na Cidade. Mas como estamos em Portugal e a velha máxima, quanto pior melhor é o que conta, então estamos todos de parabéns... 17/02/2025"

Copiado da página de Nuno Ribeiro no Facebook, com a devida vénia e os meus agradecimentos.


Turismo e património em Tomar

No Convento de Cristo a mudança de direcção  
é indispensável e urgente mas não suficiente

Andava eu às voltas com a notícia da renomeação da directora do Convento, com quem nunca tive o prazer de contactar, quando me deparei no Facebook com o excelente comentário de Nuno Ribeiro, supra reproduzido. com a foto da directora do Convento. Andava às voltas, é uma maneira de dizer que matutava no que escrever e como escrever, pois esta coisa das crónicas só é fácil para quem não escreve, ou depois de escritas.
Subscrevo integralmente o desabafo de Nuno Ribeiro, acrescentando contudo que a simples mudança de directora, sendo indispensável e urgente, nada resolveria por sí só. Os problemas daquele conjunto monumental são tão numerosos e complexos, que só um dirigente com outra origem, outro estatuto e outra envergadura cultural poderá fazer as reformas indispensáveis, se previamente mandatado para tal.
Porque o problema básico é mesmo esse. Ao cabo de quarenta anos de asneiras e algumas mudanças de nome (IPPC, IGESPAR...) o governo anterior resolveu transferir a gestão dos monumentos sob tutela da DGPC para uma nova entidade empresarial, a Museus e monumentos de Portugal E.P. Mas esqueceu-se de mudar o pessoal e a forma de recrutamento, de tal forma que temos praticamente a mesma gente, com outra designação oficial, mas com as mesmas carências e os mesmos vícios.
Aqui chegado, quem lê quererá saber que problemas são esses, assim tão numerosos e complexos, de que sofre a velha Casa da Ordem de Cristo. Infelizmente, não é a altura nem o local para fazer uma enumeração exaustiva, pelo que se fica por um pequeno resumo. O principal problema é afinal uma aberração administrativa. A Câmara de Tomar, não é vista nem achada na gestão daquele monumento, mas tem de  assegurar a sua iluminação nocturna, o acesso e o estacionamento das viaturas dos visitantes, sem contudo receber qualquer compensação, uma vez que as entradas, agora a 15/euros por pessoa, revertem para a Museus e Monumentos de Portugal.
Outro problema é o dos recursos humanos. Trabalham lá cerca de 40 pessoas, a maioria sem qualquer formação específica e recrutadas no Centro de Emprego. Há também alguns quadros superiores, de qualidade variável, que foram admitidos mediante formas de concurso ainda por apurar, algumas "com fotografia"
Com uma chefe de divisão e quadros técnicos sem formação profissional idónea na área do turismo de acolhimento, não espanta que apenas haja visitas guiadas quando solicitadas com bastante antecedência, e que todos os dias vários visitantes vagueiem perdidos no monumento mais complexo do país, apesar de haver um circuito de visita identificado de forma assaz tosca.
Apesar de gerirem o Convento há mais de 40 anos, os funcionários da DGPC, agora MMP E.P. ainda não conseguiram perceber que em qualquer monumento o circuito habitual de visita deve ser de tipo circular, com início e fim no mesmo sítio, com pórticos de segurança e comodidades de apoio. Tão simples quanto isso.
Mas como as sucessivas maiorias autárquicas também nunca se preocuparam com os problemas dos visitantes do Convento, cuja esmagadora maioria não vota em Tomar, as várias direcções foram decerto pensando que está tudo bem, no melhor dos mundos possíveis, como diria o Pangloss de Voltaire, se ainda por cá andasse...



2 comentários:

  1. Podíamos ao menos aproveitar a foto da Madame, pois a presença física é mais irregular e colocar na charola, ou no coro alto o quadro da " MONA BRANCA ".
    Claro que seria uma zona de entrada paga para poder apreciar tal beleza!!

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    1. Muito bem observado, Zé Caldas! Com umas garrafinhas de tintol e uns berbigões à "Casa das ratas", por razões óbvias.

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