terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Imagem do carnaval da Madeira, com um bem conhecido folião: o ex-presidente do governo regional,  Alberto João Jardim.

Turismo e animação

Estará mesmo tudo certo?

Madeira investe mais de meio milhão de euros nos festejos de Carnaval - Turisver

A matéria do link supra, que nos chegou via mão amiga a quem agradecemos, obriga a colocar mais uma vez a questão: Na Festa dos tabuleiros, orgulho dos tomarenses, estará mesmo tudo certo, ou há gente a encher os bolsos à custa dos contribuintes? Vamos aos factos, procurando chegar a uma resposta definitiva, porque inequívoca.
Já aqui foi dito mas repete-se: É praticamente deitar dinheiro à rua, quando a autarquia resolve financiar grandes eventos com entradas à borla, dado que não há estruturas de acolhimento. Nem capacidade hoteleira, nem restaurantes suficientes, nem sobretudo estacionamento suficiente. Donde só podem resultar especulação, confusão, oportunismo e, naturalmente, descontentamento e reclamações dos visitantes que se sentem enganados, como se viu na edição 2023 dos tabuleiros, com centenas de visitantes a palmilhar quilómetros para regressar aos autocarros, estacionados demasiado longe por falta de organização.
Temos agora mais um caso concreto, que nos permite concluir que o investimento público tomarense nos tabuleiros é pura burrice, com contornos de peculato. Vejamos. A Madeira são 254 mil eleitores e 40 mil camas turísticas. Tomar são 34 mil eleitores e naturalmente muito menos camas turísticas que na Madeira, pois ninguém está a ver uma situação insólita de mais camas turísticas do que eleitores inscritos.
Num contexto assim tão desequilibrado em termos quantitativos, o governo madeirense resolveu investir meio milhão de euros nas festividades do carnaval 2025, que duram mais de uma semana e incluem entradas pagas para algumas actividades, e bancadas para milhares de espectadores.
Em circunstâncias similares, a Câmara de Tomar transferiu quase milhão e meio de euros para a Festa dos tabuleiros, que praticamente dura três dias separados, se contarmos o cortejo dos rapazes, as ruas populares ornamentadas e o grande cortejo, sem entradas pagas, sem estacionamento, e com poucas bancadas para o público.
Que é isto, senão esbanjamento, peculato e deitar dinheiro à rua, para que alguns mais arteiros vão enchendo os bolsos à custa dos nossos impostos? Onde estão os benefícios para a comunidade tomarense de tão elevada despesa? Quem se governou? Faz algum sentido a autarquia de um pequeno concelho de 34 mil eleitores gastar com uma festa de três dias, três vezes mais que o governo de um território com 254 mil eleitores, num Carnaval que dura uma semana? Parece ser um caso de deboche financeiro.
Há cinco séculos, o desastrado D. Sebastião terá dito "Morrer sim, mas devagar!" Parafraseando, que agora os tempos são outros, Roubar sim, mas mais devagar, se fazem favor!


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