sábado, 22 de fevereiro de 2025




Turismo, imigração e desenvolvimento económico

Era bom era, se fosse possível. Mas não é.

 "Será sustentável Portugal ter recebido em 2024 quase 30 milhões de estrangeiros (Espanha vai a caminho dos 100 milhões) e depender de 28 mil milhões de euros de receitas? 
Ainda acham que é preciso aumentar e ter muitos organismos oficiais a parasitar o setor?
O Turismo à semelhança da imigração está a destruir o país, e tem de ser travado e repensado , sob pena de nos tornarmos um país de criados e o INATEL da Europa."

Este excerto faz parte de um comentário assinado Zé Caldas e publicado aqui no TAD3. É assumidamente de direita e engloba dois tipos de posições - a apresentação dos factos e a interpretação dos mesmos.
Como é do domínio geral "os factos são sagrados, mas a interpretação é livre." Neste caso, as indicações quantitativas e o conteúdo interrogativo são factuais, mas a última frase é opinativa, e como tal legítima mas sujeita a contestação.
Desde logo, está por demonstrar que o turismo e a imigração estão a destruir o país, como escreve o comentador. Poderão estar a contribuir para descaracterizar Portugal, o que não é bem a mesma coisa, colocando-nos no grupo das nações que se vão transformando pela acção conjugada dos residentes permanentes e dos outros.
Mas mesmo que estivessem deliberadamente a destruir o país, enquanto nação com quase 9 séculos de existência, que se poderia fazer na prática? Travar e repensar a imigração? Travar e repensar o turismo estrangeiro? Balelas.
Pode-se e deve-se tentar controlar e repensar a imigração, tal como as migrações internas, mas o facto de integrarmos a União Europeia obriga-nos a adoptar a política comum de grande tolerância na área da imigração, designadamente no sector sensível dos clandestinos que pedem asilo.
Para se ter uma ideia da complexidade da situação em matéria de imigração e direito de asilo, a França, que tem das mais longas e complexas experiências na matéria, conta nesta altura, segundo o conceituado Le Monde, 130 mil imigrantes expulsos pela justiça, que aguardam salvo-condutos dos países de origem para serem colocados nos aviões de regresso, uma vez que não têm documentos de identificação, que destruíram intencionalmente.
Ainda recentemente, a justiça francesa determinou a expulsão de um imigrante, condenado  e com documentação argelina, mas chegado ao aeroporto de Argel, o governo devolveu-o à procedência, assim contrariando todas a normas em vigor. Que fazer então?
Nestas condições, repensar a imigração e o problema dos calés. que são portugueses? Concerteza! Vamos a isso quanto antes. Mas nada de ilusões ou precipitações. Podemos fazer algo, mas não muito, manietados pela realidade envolvente. O tal contexto.
No turismo é praticamente a mesma situação. Repensar? Excelente ideia. Vamos a isso com coragem e determinação. Mas travar o turismo estrangeiro? Como, quando, onde e com que eficácia real?



2 comentários:

  1. Caro António,
    Afinal existem mais Cândidos do que pensava.
    A sua análise dos fatos , como refere , é semelhante a uma corrente ideológica que tem destruído a Europa Ocidental e Portugal com o atraso normal dos esquerdistas que copiam mas sem evitar os erros que entretanto já se tornavam evidentes.
    A cultura WOKE é uma expressão dessa corrente de pensamento que nos conduziu onde estamos .
    Felizmente que o povo, e os cidadãos de cada nação ( esperemos que da Alemanha amanhã venha mais um sinal ) estão a sofrer na pele, exatamente o descontrole da imigração de países com culturas e religiões totalmente diferentes , antagónicas e agressivas , que estão a minar a segurança , o emprego a cultura de uma Europa que queria acreditar no Pai Natal.
    Como é que se acaba com isto?
    Deixarmos de ser parvos e permitir que qualquer bandido , nepalês, hindu , brasileiro ou outros, entre em Portugal , sem visto !!!
    Expulsar para os países de origem quem cometa crimes ou esteja sem trabalho comprovado em Portugal.
    Se esses países não os receberem de volta, criar prisões , com
    trabalho forçado para pagarem o seu custo.
    Quanto ao turismo igual, os turistas devem preencher um visto eletrónico , à semelhança do que a Inglaterra já começou também a fazer e sermos rigorosos a conceder os mesmos.
    Quanto ao destino Portugal para o turismo, aumentar preços , restringir as licenças para os ditos alojamento locais, e fiscalizar os restaurantes e respetivos trabalhadores , bem como nos hotéis.
    Isto para começar !!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Um desses Cândidos sou eu. Surtout après avoir lu Candide ou l'optimisme, de notre cher Voltaire. Mas por favor não me misture com a cultura Woke ou com os esquerdistas de serviço. Já por aí andei dans le temps jadis, como dizem lá para as bandas do Sena. Há porém, creio eu, um amplo espaço entre o 8 e o 80. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, na versão lusa.

      Eliminar