sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

 


"Na época Tomar atraía muitas pessoas, que vinham trabalhar para organizações que davam lucro e pagavam melhores ordenados. O comércio assim florescia e atraía consumidores da região. Os Iluminados nos últimos 40 anos convenceram-se que o turismo era o futuro. Hoje sobram hotéis e restaurantes, ordenado mínimo como remuneração padrão. Sobrou também o comboio. Felizmente."

-XXX-

"Atenção que eu adoro a minha cidade! Acho muito bem que
se invista na mesma, porque o turismo é um pilar fundamental da economia de Tomar.
Mas é curto, muito curto!"

Fernando Cândido, PSD, Tomar merece mais, bem mais, TAD3, 20/02/2023

"Algarve lança Programa de Desenvolvimento 

de Turismo Cultural e Criativo"



O turismo como motor da economia

Como os visitados olham para os visitantes

Os três excertos acima mostram como reagem os visitados, quando os visitantes são um importante factor de crescimento económico. Perante o extraordinário desenvolvimento do turismo, a maior expansão empresarial antes do aparecimento das novas tecnologias, é curioso constatar que, numa cidade e numa região com bons recursos nessa área, as reacções dos residentes possam ser tão diferentes, num país tão pequeno.
O primeiro comentário refere-se a Tomar, e evidencia a atitude saudosista dos incapazes de acolher o progresso, ou sequer de o entender. Mitificaram um certo passado e por aí ficaram, que é muito mais repousante, cabeçalmente falando. "...organizações que davam lucro e pagavam melhores ordenados"? Não conheci nenhuma. Faliram todas. Havia era os militares, que não davam lucro nem eram bem pagos, mas eram muitos para a época (RI15, QG, Hospital Militar, Farmácia Militar, Messe de oficiais). Deixemo-nos de fantasias e encaremos a realidade sem antolhos.
Já o outro escrito é de um jovem com ideias desempoeiradas, todavia contaminadas pelo tipo de ensino frequentado. Não lembra ao diabo, mas lembrou a estas duas criaturas, condenar implicitamente o turismo, ou pelo menos as suas virtualidades, numa terra cuja autarquia, contrariando o que proclama, nunca foi pró-turismo. "Mas é curto, muito curto!"? Não será antes a política municipal que tem impedido o seu crescimento?
Em meio século de liberdade, a Câmara de Tomar só conseguiu um único sucesso na área do turismo. A candidatura do Convento de Cristo a Património da Humanidade, aprovada em 1983. O resto foi fechar o parque de campismo, reduzir o estacionamento e dificultar o acesso ao Castelo, acabar com os barcos no Mouchão, consentir a poluição do rio, esquecer-se da indispensável sinalização, e sobretudo do inevitável acesso rápido e limpo à antiga Casa grande da Ordem.
Há  agora mais hotelaria e alojamento local? Pois há, mas deve-se à iniciativa privada. A Câmara limitou-se a conceder os repectivos alvarás, em muitos casos tirados a ferros, que é como quem diz mediante alcavalas nem sempre simpáticas.
Isto numa terra que, apesar das referidas limitações e insuficiências, consegue atrair anualmente 300 mil visitantes para ver o seu principal monumento. Já lá mais para baixo, na extremidade sul onde o mar é mais quente, e a população mais aberta e acolhedora, a Entidade regional de turismo do Algarve não se fica pelos comentários limitadores, ou  as idas à FITUR - Madrid, para efeitos de propaganda. Lança um programa de desenvolvimento de Turismo cultural criativo,  a área mais promissora do turismo industrial.
Mas compreende-se a atitude hostil ao turismo de António Pina e de alguns seguidores locais, nomeadamente na área do ensino. Foi no Algarve, terra de turismo por excelência, que o Chega obteve o ano passado os melhores resultados a nível nacional. Com destaque para Silves, um concelho governado pela CDU, onde foi o partido mais votado, o mesmo acontecendo em cinco outros concelhos dos 16 do distrito de Faro (Lagoa, Portimão, Albufeira, Loulé e Olhão) Daí o temor. Mais turismo em Tomar? Deus nos livre! pensa a extrema esquerda. Que venham mas é indústrias não poluentes e com empregos bem pagos, tipo Auto Europa ou Opel Mangualde. Delirar não paga IRS, por enquanto, mas pode provocar insónias e mesmo internamento nos casos mais graves.

2 comentários:

  1. Os Tomarenses ainda não perceberam que a câmara não consegue trazer a indústria para Tomar, se não fá-lo-ía. Toda a gente quer a indústria mas é muito difícil. O turismo é fácil, fazer eventos é fácil, mas trazer indústria ê impossível.

    Um problema que eu detecto e que ninguém fala é que falta qualidade aos empresários de Tomar, falta-lhes ambição para crescerem. Eles chegam a um ponto que dizem assim: "já tenho que chegue e não estou para me chatear mais, agora quero é aproveitar a vida."
    Eu lembro-me de ver no YouTube da Hertz um vídeo que infelizmente já desapareceu de um seminário sobre inovação que decorreu no complexo da levada onde participaram vários empresários, entre eles uma jovem que cultiva semolina ali numa quinta na freguesia da Madalena, e fiquei com muito boa impressão dessa senhora, ela já correu mundo, tinha uma carreira diplomática salvo erro, e decidiu vir para Tomar para criar semolina na quinta da família. Ela disse que podia crescer, tem margem para crescer, mas não quer, quer é curtir a vida com o marido e com os filhos. E é uma senhora muito articulada, parece ser muito capaz!!! E eu conheço outros casos, empresários já com tanto dinheiro que chegam a uma certa idade e acomodam-se. Os filhos já não têm tanta qualidade como os pais, aprobeitam o trabalho feito pelos pais mas não conseguem ir mais além porque não têm a mesma qualidade. É a nossa sina!!!

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  2. Eu estive a ver um vídeo no YouTube do podcast do fundador da Prozis, Miguel Milhão, com o Sérgio Silva do grupo Vingent, com o título: "Como se vai dos 4 aos 700 milhões?". Isto é que falta a Tomar e ao país, são pessoas destas que fazem falta...

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