domingo, 9 de fevereiro de 2025


Autárquicas 2025

Vale mais um pássaro na mão?

Os recentes problemas provocados pela evidente má governação camarária, designadamente aquela encrenca do terreno a expropriar no Flecheiro, mostram a quem está longe mas procura manter-se informado, os dois sintomas graves da doença tomarense: 1- Embora causticados, os tomarenses estão acomodados e inibidos, em vez de se unirem em prol da cidade e do concelho; 2 - Governantes e eleitos, são unânimes em considerar-se os melhores e isentos de quaisquer responsabilidades no desastre local, mesmo quando reconhecem que as coisas não vão bem, o que é extremamente raro.
Num quadro humano assim, com aposentados, pensionistas, velhos e funcionários mal pagos mas que também não valem mais, e quase ninguém no sector privado, a tendência dominante só podia ser a acomodação, a aceitação acéfala da triste realidade local. Empreender? Que é isso?
Parques e jardins pouco cuidados, limpeza urbana que já foi melhor, serviços públicos maus porque sem pessoal capaz, ao contrário dos concelhos vizinhos, e mesmo assim a opinião dominante quando se trata das próximas eleições é que "Vale mais um pássaro na mão que dois a voar". Será mesmo assim? Não me parece. O tal pássaro na mão, aquilo que está e aqueles que estão, não são afinal grande coisa, embora estejam convencidos do contrário.
Um clima péssimo durante quase metade do ano, pensões de miséria, alojamentos que já conheceram melhores dias, custos da água e saneamento que não param de aumentar, a informação local inteiramente controlada pela Câmara e a nacional pela extrema esquerda, uma atmosfera de crise permanente, a denunciar a cada vez mais acentuada decadência, eis o que consideram o pássaro na mão que vale mais que dois a voar.
É capaz de valer mesmo, mas só para quem não enxerga mais e por isso ainda nem terá reparado que no vale nabantino há muito que deixou de haver dois pássaros a voar em simultâneo. Todos procuram horizontes mais amplos. ´Prova disso, a 8 meses da próxima consulta eleitoral, só os partidos do costume é que já apresentaram candidato à Câmara. Um diz que pretende tornar Tomar mais competitiva, seja lá isso o que for. O outro ficou-se pela hipótese de se poder vir a  discutir a questão das entradas pagas nos eventos musicais da Feira de Santa Iria. Quanto aos outros partidos e formações, se andam por aí não se nota muito. 
Pobre terra que tais filhos tem! Digo eu, nascido no hospital velho e baptizado em S. João há 83 primaveras. Alguma objecção?


Sem comentários:

Enviar um comentário