Feira de Santa Iria
Vive-se em Tomar num ambiente deletério
A apresentação no executivo municipal das contas da Feira de Santa Iria 2024 despoletou mais uma situação de pseudo conflito PSD-PS, quando afinal estão todos de acordo no essencial, como sempre estiveram. Verificou-se um desalinhamento receitas-despesas da ordem dos 125 mil euros, a que chamaram prejuízo, quando afinal se trata apenas de "manque à gagner". É uma situação que já vem de longe, provocada por factores diversos, que sempre foi tolerada pelos governantes e que em 2024 até foi menos grave.
Seguindo as indicações dadas pelas varas dos pastores do costume, o rebanho nabantino disse nada quando este blogue escreveu sobre o tema, mas tendo a Hertz, habitual emissora oficial, publicado no Facebook, houve até agora 14 compartilhamentos e 86 comentários, que vale a pena passar a pente fino. É no que dá ser um grande emissor regional, ou haverá outras razões?
Seja como for, o conjunto das intervenções é deprimente, devido ao seu baixo nível crítico. Para se ter uma pálida ideia, basta referir que poucos atribuem o "prejuízo" da Feira à falta de visitantes e de feirantes, provocadas pela descontinuidade espacial, e pelos terrados demasiado elevados, com o multicentenário certame retalhado entre a Várzea, o Mercado e a Rua do Arcos. E são ainda menos os que mencionam que o "prejuízo" resulta não da Feira propriamente dita, mas dos espectáculos musicais à borla nela encravados.
Cereja no topo do bolo, se assim se pode escrever, ninguém refere que vai sendo tempo da Câmara arranjar um campo da feira decente e, cúmulo dos cúmulos, a todos pareceu natural que as contas de um modesto evento de uma pequena cidade da província em decadência, tenham necessitado de mais de três mesas, o que mostra o assustador ritmo de trabalho em vigor na autarquia. Convirá até providenciar quanto antes um médico privativo e desfibrilhadores, porque num tal ambiente de evidente stress laboral, tudo pode acontecer e teme-se o pior.
Como não podia deixar de ser, cumprindo os vários ajustes directos celebrados, as agências de comunicação logo tentaram acudir aos excelsos membros da maioria PS, acossados por tudo e por nada devido à péssima gestão. E lá apareceu no Tomar na rede um comentador abrigado num pseudónimo, a repetir que a crítica tomarense (leia-se TAD3) é só má língua, mas que mesmo assim, apesar dos erros, não vê uma alternativa credível à actual liderança municipal.
Como também já é costume, o dito comentador avençado até reconhece alguns erros da actual maioria, não é socialista e já votou em vários partidos, prevendo o voto nulo em Outubro próximo. É mesmo deprimente, mas é assim, pago com os nossos impostos.
A terminar por agora, admitindo que Tomar a dianteira 3 seja só má língua, tem mesmo assim algumas vantagens: 1 - É frontal. Não usa pseudónimos; 2 - Não faz ataques pessoais, nem se mete na vida privada dos autarcas; 3 - Apenas critica a actuação política dos eleitos e dos eleitores; 4 - Não escreve a metro para receber pagamento escuso; 5 - Usa a língua portuguesa de maneira escorreita, o que nem sempre acontece com os contraditores.
Só me lembro de um político ter criticado "os serviços", foi a ex presidente Anabela Freitas, e foi uma critica muito leva, de que o pessoal não tem qualificação suficiente e as coisas são o que são. O presidente substituto e o vereador Carrão limpam-lhes o rabinho e lavam com água de malvas.!!! O vereador Carrão diz que os serviços são bons, o problema é a liderança. Ele vai para lá e aquilo entra nos eixos!!! Eu não prestava nem para presidente nem vereador, ninguém votava em mim, porque eu corria aquilo tudo com processos disciplinares, comigo aquilo entrava nos eixos, pode ter certeza.
ResponderEliminar