sexta-feira, 4 de outubro de 2024

 

Quando a Várzea grande ainda não tinha sido transformada pelos socialistas numa praça estilo novos ricos.

Para promover Tomar?

Uma feira que esconde outros mercados

Vem aí mais uma edição da tradicional Feira de Santa Iria, um certame que data do tempo da dinastia filipina, esfrangalhado já depois do 25 de Abril e pouco confortável para os visitantes, que têm de andar do mercado para o deck, e daí para o que resta da Várzea grande passando pela Rua dos Arcos, de onde nunca devia ter saído a multi-secular Feira das passas, único sector com tradição a nível nacional, que vem sendo abandalhado desde 74, sem proveito para ninguém. Só Torres novas é que tem sabido como agir, com a sua Feira nacional dos frutos secos.
Apresentando o certame 2024, o presidente Cristóvão julgou útil acentuar que "os princípios das edições anteriores são para manter." Que princípios? Porquê? Para quê? A informação local não perguntou, naturalmente porque o açaime municipal não consente, de modo que ficamos na mesma.
Há ainda assim uma vertente tão evidente que só passa despercebida aos olhos dos conformistas tomarenses, que são muitos. Trata-se da chamada animação cultural da feira. No tempo das câmaras PSD ou AD, havia uma comissão, mas toda a parte musical do certame estava a cargo da Rádio Cidade de Tomar, naturalmente sem encargos para o orçamento municipal.
Tal como fez com os bombeiros, a gestão PS municipalizou os espectáculos musicais da feira, cujos artistas contratados por ajuste directo são agora pagos pelo orçamento municipal, sem que sejam evidentes as vantagens daí advenientes, excepto quanto a compra de fidelidades e de votos. Mas as explicações tardam em aparecer... como habitualmente.
A oposição que temos não se interessa por estas coisas, que considera menores, em relação às vantagens que vai sacando para as colectividades amigas e/ou os artistas da cor, mas algum dia virá em que a gravidade da crise obrigará finalmente a debater o assunto, procurando então vias para reabilitar uma feira que já é praticamente um cadáver adiado. A feira ainda respira porque ligada à máquina camarária dos euros, mas está cada vez menos capaz de promover a cidade e o concelho, oficialmente o seu grande objectivo. Até quando vai prevalecer o silêncio conveniente?

8 comentários:

  1. Estou-me a rir porque estou a ouvir a entrevista do Augusto Barros á Hertz onde ele lamenta que as pessoas tenham reclamado nas redes sociais do barulho das máquinas ao domingo de manhã mas não dizem nada de ouvirem aqueles barulhos horríveis até ás tantas da noite e a que chamam de música e pela qual o contribuinte paga dezenas ou centenas de milhares de euros, aí já não há problema

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    1. Parece-me que o Ti Augusto tem razão. Os tomarenses queixam-se por coisas de pouca monta, mas calam-se perante os grandes escândalos. Alguém protestou por os tabuleiros terem custado ao município quase milhão e meio de euros? Alguém protestou quando a Anabela vendeu por 700 mil euros um bem público antes avaliado em três milhões e meio? Alguém protestou contra aqueles 11 quartos e piscina do Vila Galé, construídos em leito de cheia? Alguém protestou contra o custo exorbitante da obras falhadas do Flecheiro, ou do pretenso forum de Sellium? Somos uma terra de gente mansa, em que alguns têm arrestins...

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  2. No comentário anterior, queria dizer "somos uma terra de gente mansa em que alguns são demasiado comichosos e têm síndromes de cólera nem sempre ajustados ao entorno". Arrestins não é portiguês.

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  3. Em adenda ao meu comentário anterior, um Audi que passou a noite estacionado na Praça da República, já provocou mais de uma dezena de comentários críticos no Tomar na rede. Mas quantos já criticaram a Câmara por ter licenciado ali um hotel de 5 estrelas sem parqu?e de estacionamento próprio, assim contrariando o que está estabelecido nas normas hoteleiras internacionais? Quem ganhou com tal ilegalidade?

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    1. A câmara diz que trata todos por igual mas é parcial e se calhar não é só a câmara há mais exemplos. Já agora mandei-lhe email privado que gostava de saber a sua opinião. Cumprimentos

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    2. Parece-me óbvio que a Câmara não podia dizer outra coisa, mesmo sendo conhecida como "casca grossa" quanto a relacionamento cívico.

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  4. Trata todos por igual? Numa das vezes em que lá fui para renovar o meu lugar de estacionamento anual de morador no núcleo histórico, pela módica quantia de 430 euros, apesar de constar no livrete do carro o meu nome e endereço, exigiram-me o mais recente recibo da água. Desconfiados de quê?

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  5. Não resisto aqui a partilhar consigo e com os seus seguidores uma anedota política que eu ouvi agora num vídeo do falecido presidente Ronald Reagan, sim porque eu tanto ouço o presidente Augusto Barros como o Reagan:

    Estava o presidente Teddy Roosevelt a falar em público e o mesmo estava constantemente a ser interrompido por um chato: "Eu sou um democrata, eu sou um democrata,...." repetia o gajo!!! A certa altura o presidente Roosevelt perde a paciência, interrompe o discurso e pergunta-lhe: "ok, e porque é que o senhor é um democrata?". Ao que o homem responde: "Sou democrata porque o meu pai era democrata, o meu avô era democrata e o meu bisavô era também democrata". Ao que o presidente responde: " e se o seu pai fosse um parvalhão assim como o seu avô e bisavô, o que seria o senhor?" Responde o homem :"Seria Republicano".

    Achei a anedota deliciosa, ainda mais contada por um comunicador nato, não tivesse sido ele um ator, e resolvi publicar aqui neste blogue político.

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