sexta-feira, 25 de outubro de 2024



Autarquia

Ou há moralidade ou comem todos...

Começo por agradecer, em tom irónico, aos meus prezados conterrâneos. O apelo que aqui publiquei há três dias, teve um eco extraordinário. Foi lido até agora por 195 pessoas, houve 3 comentários a apoiar-me (a cujos autores endereço um sincero obrigado) e 5 mails no mesmo sentido (idem, idem). Fiquei esclarecido e desvanecido, como não podia deixar de ser. Oito apoiantes explícitos num universo de 40 mil, nem o gajo da Coreia do norte consegue ter tão poucos adversários. Por este caminho, o presidente Cristóvão pode dormir descansado. Em Outubro de 2025 tem a vitória assegurada, com mais de 80% dos votos. Desde que, até lá, consiga ir abastecendo e aumentando a gamela, de forma a haver para todos os mamões, que são cada vez mais, numa população a encolher. Comprar votos tão explicitamente, só podia dar nisto.
Intruso estrangeirado, eis como me vêem os meus conterrâneos, cujo sentido de tolerância nunca foi uma das suas qualidades. Infelizmente para eles, o pobre de espírito que sou, nasceu ali no hospital velho, andou na velha escola primária da Várzea grande, frequentou a Jácome Ratton, na Rua da Graça e lá em cima, tendo aprendido a nadar no Nabão, junto ao velho açude do Matadouro municipal. Vive aqui há muito e começou a trabalhar aos 12 anos. Já lá vão 71, porque na altura não havia RSI. Dói a muitos, mas é assim. E não posso fazer nada para alterar o acontecido. Sei falar e sei do que falo, eis o problema bicudo para muitos.
Nestas condições, julgando ter pelo menos o direito de divergir de forma cordata, sem que por isso me agridam oralmente, só podia estar intimamente triste com o resultado do referido apelo. Estava nisto, quando surgiu uma luz ténue no redil local: Sempre os mesmos | Tomar na Rede 
A coberto do sempre confortável anonimato do pseudónimo, pois para dar a cara é preciso tê-la, lá aparece finalmente uma lamúria, para dizer, em substância, que desde o início a maioria socialista local, com o apoio discreto mas eficaz da extrema-esquerda e dos social-democratas, cada qual à sua maneira, tem procurado implementar as suas duas principais orientações de acção política: Sacar e deixar os apoiantes amanhar-se.
Exagero? Olhem que não! A outra "venDEU" por 706 mil euros umas ruínas antes avaliadas pelo PSD em 3 milhões e meio, e depois ainda concedeu um alvará para construir 11 quartos e uma piscina em leito de cheia, mas aproveitou. Eleita numa lista PSD, está agora a sacar mais de 5 mil euros mensais e viatura, durante 5 anos, com gabinete em Leiria, que é outra categoria. A arte de sacar  impunemente, e ficar bem na fotografia. Habilidades...
Há também os alvarás sucessivamente concedidos pela Câmara para a construção de hotéis sem estacionamento próprio, assim contrariando a normas urbanísticas europeias em vigor. Com que fundamentos e mediante quantos "envelopes por baixo da mesa"?
Quanto a serem sempre os mesmos, segundo esta crónica do TNR, estavam à espera de quê? Já antes assim era, embora em menor escala. Há por exemplo iluminação no antigo estádio porque a empresa que a instalou, com sede em Caxarias, pagara antes a campanha eleitoral da AD em Tomar. Empresas, gabinetes, arquitectos, engenheiros, artistas cantores, músicos e outros sacadores, é tudo a procurar amanhar-se enquanto dura, e está bem à vista de todos. Basta olhar sem óculos partidários, para constatar que o panorama é desolador. Nem a sagrada Festa dos Tabuleiros escapa. Os artistas contratados, por exemplo, são sempre do mesmo sector político. Que não é a democracia cristã, apesar da festa ser em honra do Espírito santo. O sr. vigário vai-se calando e colaborando, porque entretanto também lhe reabilitaram a igreja, numa onerosa empreitada paga pela autarquia graças aos fundos europeus, mas que cabia ao Estado.
Mesmo este pseudo Hipólito Alves Cerqueira, tudo parece indicar que resolveu finalmente acercar-se e pôr a boca no trombone, porque já não há que chegue também para ele ou ela. Uma velha composição de origem angolana (se não erro), tinha como tema "os meninos à volta da fogueira". Cinquenta anos mais tarde, temos em Tomar os moinantes à volta da gamela. Que não sendo elástica, já não comporta mais manducantes. Daí o queixume no Tomar na rede, que de resto depressa saiu da portada da primeira página. Protestar sim, mas com moderação, não vá o caldo entornar-se. Já faltou mais, mas enquanto boicotarem "o gajo do Tomar a dianteira", tudo bem. Palavra da salvação.
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2 comentários:

  1. Se calhar foi o PSD que avaliou mal as ruínas do convento de santa iria. Eu acho que foram bem vendidas, parece de fora um espaço muito agradável. Com isto não quer dizer que concorde com a política PS e PSD, porque não concordo. Basta ver diariamente os telejornais a dizerem que a pobreza tem vindo a aumentar. O Professor já reparou as fotos dos carros que aparecem no TNR? Carros muito velhos, com quase 40 anos!!! Depois lá aparece um Peugeot novo, deve de ser de algum político. Eu conheço um rapaz que é técnico superior no Politécnico, talvez á 25 anos, sem filhos, vive junto com uma bancária e andam com uma Renault Megane com 20 anos!!! Não sei se é opção ou necessidade ??? O parque automóvel é um indicador, há outros como quantas vezes vão comer fora, quantas vezes viajam, etc... A minha percepção é que Tomar tem empobrecido e muito....

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    1. Você acha que as ruínas de Santa Iria foram bem vendidas e eu discordo. Foi um péssimo negócio para a Câmara e para os tomarenses, porque vender ao desbarato desqualifica.
      Mas foram muito bem compradas porque incluíram a própria presidente da Câmara, com está bem documentado nas ilegalidades cometidas (costrução em leito de cheia, desaparecimento de um painel de azulejos do século XVII), que naturalmente a fiscalização ignorou.

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