Política e informação local
Ou há apoio activo ou calo-me prematuramente
Assim não! Estou de regresso a Tomar, por algum tempo, porque tenho necessidade de assistência médica regular e para isso dependo do SNS e da ADSE. Quando o ano passado fui forçado a recorrer ao sector privado, porque estava no Brasil, paguei quase 30 mil euros do meu bolso. Cheguei ontem e já ouvi impropérios contra mim. É intolerável, mesmo para quem sempre tem procurado ser tolerante
Era um respeitável cidadão nabantino, solteiro, vivendo do RSI e com alojamento social dado pela Câmara, agora ornamentado com uma bandeira de certa formação de extrema-esquerda. Compreende-se portanto que procure defender quem o ajuda, mas não se pode tolerar que, como no futebol, considere que a melhor defesa é um bom ataque. Malcriado, ainda por cima.
Fiquei a pensar que, pelo menos desde as tropas de choque do Adolfo -as SA que tanto fizeram padecer aos alemães de religião judaica- só a extrema-direita usa métodos caceteiros para calar os adversários políticos. É o caso, por exemplo, daquele pessoal do GUD, da Faculdade de Direito da Rue d'Assas, em Paris.
Lembrei-me porém entretanto que, mesmo na pacata Tomar, houve uma pequena sucessão de incidentes, que só agora percebi estarem ligados. Primeiro foi esse tal cidadão exemplar que tentou injuriar-me uma primeira vez, tecendo considerações de índole pessoal em plena Rua Infantaria 15. Pouco tempo depois, a coberto do sempre confortável anonimato relativo do pseudónimo, usaram contra mim de tanta ordinarice, que conseguiram afastar-me definitivamente do Tomar na rede. Seguiram-se vários comentários, que me abstenho de qualificar, do tipo "ele até foi emigrante e tem mundo, mas...", ou mesmo "não basta criticar pela negativa, também é preciso louvar", uma verdadeira maravilha de raciocínio lógico, que só esquece um detalhe: para louvar é preciso que haja algo louvável.
No meio de tudo isto, um conhecido militante PS local excedeu-se, perdeu a noção da realidade, e escreveu no Facebook coisas a meu respeito que agora até deve lamentar, quando está mais calmo.
Tudo isto junto, prenuncia um clima de intimidação, tendo em vista obrigar-me a deixar de escrever. Embora o Tomar a dianteira 3 tenha apenas 99 seguidores e duzentos e poucos leitores diários, parece incomodar o microcosmo político local, se calhar por ter, aos olhos dessa gente, um grave inconveniente: não toleram o que está escrito, mas também não conseguem desmentir, o que os irrita sobremaneira.
De forma que, depois de muito pensar em toda esta matéria, alguma da qual bastante malcheirosa, cheguei a uma conclusão. Com 83 anos, é óbvio que não sou candidato nem aspiro a qualquer emprego ou vantagem. Assim sendo, escrevo apenas para procurar ser útil à comunidade tomarense, fornecendo ideias e incentivo para que possa melhorar. Se assim não o entendem, estão no seu direito, que devo acatar, como sempre tenho procurado fazer.
Eis portanto a alternativa. Ou o apoio dos cidadãos e das formações partidárias se torna mais activo, por meio de comentários, do aumento do número de seguidores, e de comunicados condenando os ataques à minha pessoa, ou simplesmente deixo de publicar. Noutro tempo até poderia tentar tornar-me mártir, para assim conseguir votos. Agora contudo, não ser masoquista e ser forçado a estar em Tomar por razões de saúde, já me custa sobremaneira.
Cúmulo do azar, até fui ensinado pelo Estado a usar armas de fogo, das quais me servi para me defender durante a guerra em Angola. Só que agora as leis vigentes não me permitem outro tanto, e ainda bem, pois considero-me um pacifista.
Desculpem o desabafo. Naturalmente a carapuça é só para quem a queira enfiar. Ou a isso seja forçado pelas circunstâncias.
Se é apoio e incentivo, aqui estão eles! Vozes e mentes como a sua são indispensáveis à sanidade mental e à liberdade de expressão
ResponderEliminarAgradeço o seu apoio e incentivo.
EliminarSou o primeiro a apoiar, desde já e aqui.
ResponderEliminarOs números do Blog mostram bem a sua importância, numa terra em que as reuniões dos órgãos autárquicos estão vazias de público e são parcas em seguidores on line.
Os ataques pessoais não podem ser minimizados e devem ser repudiados por todos os que amam a liberdade de expressão, tão ameaçada agora como o foi a seguir ao 25 de abril: lembram-se do República, Renascença, Diário de Notícias e muitos mais? Para se saber o que se passava no país, era preciso ouvir a BBC ou a Deutsche Welle. Nunca se tinham vendido tantos rádios com onda curta.
Nessa altura também veio de Tomar uma das forças de resistência e de liberdade mais fortes, o jornal O Templário de Fernanda Leitão.
Numa altura em que a mudança não é só um anseio de muitos, é mesmo uma necessidade de quase todos, o tomaradianteira3 é a referência.
E temas não faltam. Espero que a sua estadia em Tomar, além da reposição da sua saúde (o mais importante) sirva também para se aperceber de como as coisas estão a surgir.
A última diz respeito a uma funcionária camarária que impede um culto religioso. Por ordem de alguém ou anti-semitismo pessoal?
Tudo perante a passividade de quem devia mandar.
Faça o favor de nos ajudar com a sua opinião e análise, sem dúvida a mais independente que se lê em Tomar. Também a de melhor qualidade.
Mesmo que às vezes seja preciso coragem, mas esse atributo também já demonstrou que não lhe falta, como não faltou a Fernanda Leitão.
Estou, estamos consigo. Um abraço, com amizade e consideração.
Muito grato pelo seu apoio, sr. engenheiro. Uma vez que mencionou Fernanda Leitão, com quem tive o prazer de conviver, acrescento que era de outra estirpe e de outra origem. Tinha vindo de Angola, onde nascera. Era portanto estrangeirada, condição sempre problemática em Portugal. Fernando Pessoa bem o sabia...
EliminarEu tenho sido o seu maior apoiante e penso que partilho de muitas das suas ideias. A malta de Tomar também me tem de ponta, dizem que eu sou maluco e eu digo-lhes que "O maior cego é aquele que não quer ver". Um abraço e votos de boa saúde.
ResponderEliminarFoi o Gedeão, aquele do poema Pedra filosofal que escreveu "Não se nasce impunemente em Portugal". Em Tomar ainda é pior, penso eu.
EliminarObrigado pelo seu apoio e os seus comentários, livres como o vento e certeiros como areia da praia em dia de ventania.
Caro António Rebelo,
ResponderEliminarAguardei algum tempo depois desta sua publicação para ver a vaga de fundo que esperava vir em seu apoio.
Como disse há algum tempo a outra pessoa, quando se é cabo de forcados e se está perante o toiro, convêm ter um grupo coeso e não ter a surpresa de nem o 1º ajuda estar na pega!!
Certamente sabe e já o escrevi , que não concordo com bastantes pontos de vista seus, em particular aqueles ainda contaminados pelas ideias ditas socialistas, nem as críticas negativas , sem apresentar alternativas válidas.
No entanto um verdadeiro cidadão DEVE expressar as suas ideias SEMPRE.
Incluo-me no grupo de leitores atentos das suas crónicas embora não seguidor, porque até Cristo teve poucos seguidores e no meio deles um traidor.
Nem que seja para trocar " bolas" com o Hélder Silva continue!!!
Obrigado por este seu comentário, que me encoraja a continuar. Já sabia que tinha e tenho poucos seguidores, pois julgo conhecer um bocadinho os meus prezados conterrâneos e devo dizer (pedindo desculpa se ofendo sem querer) que a situação actual, de geral contentamento com os governantes, não é muito diferente da existente em Março de 1974. Só que agora já ninguém tem medo de ir preso por escrever isto ou aquilo, e temos o SNS mas também o RSI, o que explica muita coisa. Ao escrever este apelo semi-camuflado procurei apenas uma maneira de me ver livre daqueles que me maltratam oralmente, nalguns casos com evidente vontade de passar à agressão física e tecendo a meu respeito comentários que nem Maomé ousou sobre o toucinho. É esta a democracia que temos em Tomar, meio século após Abril e com mais de 30 anos de fundos europeus. Quanto ao resto, diz o povo em Portugal que "santos da casa não fazem milagres", enquanto os franceses dizem algo próximo: "ninguém é profeta na sua terra". Votos de boa saúde e alegria.
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