quarta-feira, 9 de outubro de 2024


Imagem Rádio Hertz, com os agradecimentos de TAD3.

Imagem Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Mata nacional dos sete montes e Mouchão "espaço verde"

Não sabem nem querem aprender

porque dá muito trabalho

Ao que percebo, circula agora por aí uma ideia generosa, no sentido de transferir para a Câmara a gestão integral da Mata dos sete montes, entretanto na dependência de um organismo estatal sediado em Torres Vedras. Um texto recente sobre a matéria, publicado na informação local, levou-me a pensar que a coisa é liderada por uma respeitável vereadora da oposição. Deve tratar-se portanto de trabalho político para apresentar em tempo oportuno, uma vez que as próximas autárquicas são já em Outubro 2025. Compreende-se. O problema é que tudo parece indicar estar-se a viajar rumo à senhora da asneira, como é costume.
A questão da velha Cerca conventual já foi aqui apresentada dezenas de vezes, infelizmente  sem grandes resultados práticos até agora. Eis um resumo sucinto: falta de água na camada freática, falta de pessoal, falta de manutenção, falta de supervisão. Perante isto, uma autarca anterior muito despachada, pressionada pela exposição dos tabuleiros em 2023, julgou resolver o problema alegando que havia um fungo, pagando pulverizações tóxicas e contratando um furo artesiano junto ao Tanque da cadeira d'el-rei, que custou uma conta calada. Tudo isto não sendo a Mata administrada pela Câmara.
O tempo passou, a autarca despachada foi-se a meio do mandato para paragens mais rentáveis, mas a degradação da Mata continua a chocar a população mais preocupada com a nossa querida terra. Pudera! O ecossistema que durante mais de três séculos permitiu uma Cerca frondosa, deixou de existir quando a água deixou de correr nos Pegões, no laranjal do Castelo templário e, por escorrência, nas encostas norte e poente da Mata. Situação que se arrasta há mais de vinte anos.
Por razões que a razão desconhece, nem a Câmara nem o Convento de Cristo (que inclui o aqueduto), alguma vez se preocuparam com o evidente roubo da água dos Pegões, algures na zona dos Brasões, freguesia de Carregueiros. Apareceu até a ideia peregrina, segundo a qual recuperar o aqueduto filipino é demasiado caro, pelo que mais vale e fica mais barato um furo artesiano, o que foi feito e pago pela autarquia.
Aparece agora a tal tendência para entregar à Câmara a gestão da Mata. Concordando, não se pode contudo deixar de alertar. Tenham muito cuidado! E não usem óculos partidários. A transferência de tutela só por si não resolve nada. O Mouchão sempre tem sido  gerido pela autarquia, e olhem como ele está ultimamente. Sucede até que em tempos também era regado por gravidade, com água da roda, tal como a Mata com a água dos Pegões. Infelizmente, no tempo do Paiva, alguém decidiu que a rega por aspersão era bem melhor e menos trabalhoso que as  regadeiras tradicionais. O resultado está à vista e não se recomenda, mas parece ser o que querem implementar na Mata. Só falta saber quando.
No fundo, lá bem no fundo, em Tomar o problema é sempre o mesmo: Todos procuram trabalhar o menos possível, tanto ao nível da elaboração mental como da execução. Dá menos trabalho? Faça-se. Os funcionários agradecem, mas os cidadãos em geral nem tanto...



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