Estacionamento ilegal na Praça da República
Isto é uma República ou uma choldra?
Foi das notícias mais lidas da semana, senão mesmo a mais lida e comentada de todas. "Carro estacionado toda a noite na Praça da República", no Tomar na rede, conseguiu quase 15 mil visualizações e 105 comentários no Facebook. Praticamente todos de protesto e vindos de gente em geral calada, para não levantar ondas e assim poder manter a mama.
Horas mais tarde, outra notícia do mesmo órgão procurou sossegar a bruscamente exaltada opinião pública nabantina. "Desfeito o mistério do carro estacionado na Praça da República", ficou-se pelas 3.700 visualizações e meia dúzia de comentários. O que mostra que o povo se acalmou, aceitando as coisas como elas são. Tratando-se da segurança do primeiro magistrado da nação, está tudo explicado.
Erro crasso de interpretação. O facto de se tratar do carro da segurança do sr. Presidente da República, em vez de resolver a situação agrava-a. Todos sabemos, ou devíamos saber, que as autoridades, com destaque para o presidente, o governo e as polícias, devem respeitar estritamente as leis em vigor, até para dar o exemplo.
Neste caso espantoso ocorreu exactamente o oposto. Um veículo da segurança do sr. Presidente da República estacionou toda a noite na placa da Praça da República, onde é proibido estacionar, salvo para urgências, cargas e descargas, o que não era o caso.
Tratando-se do primeiro magistrado da Nação e porque o exemplo deve vir sempre de cima, como convém, um dia destes vamos ver o carro de função do sr Presidente da Câmara estacionado durante a noite à frente dos Paços do Concelho. Ou o carro do sr. Presidente da Assembleia municipal estacionado em plena rua Silva Magalhães, enquanto o dono despacha no prédio da antiga biblioteca.
Os tomarenses não estranharão de certeza, e eventualmente até acharão muito bem, visto que o sr. prior da paróquia já dispõe de estacionamento reservado em permanência, na Rua de S. João, frente à porta da sacristia. Ainda não se chegou ao nível daquela povoação do norte do país, com lugar de estacionamento "Reservado para o sr. prior e esposa". mas já faltou mais.
O que leva a questionar: Somos mesmo uma cidade da República portuguesa? Ou isto é tudo uma choldra, como dizia a personagem queirosiana? Cada qual fará o favor de responder perante a sua própria consciência.
Obviamente que se fosse o carro de um gajo qualquer teria sido rebocado. Como era o carro das autoridades, neste caso PSP, não acontece nada.
ResponderEliminarSaiu hoje uma notícia no correio da manhã do depoimento de um grande empresário, entretanto falecido, que compromete fortemente o presidente no caso do BES, mas aquilo vai ficar mais uma vez em águas de bacalhau, a maioria dos Portugueses é fortemente sodomizada e parece gostar porque continua a votar neles. Os Portugueses gostam é de telenovelas e futebol.
Falando em carros, ainda não li nenhum comentário á nova aquisição da viatura para serviço do presidente, o Toyota Prius. Eu acho que demonstra mais bom senso do que a antecessora que tinha escolhido o Mercedes, o Toyota parece-me uma opção mais sensata. O que lhe parece?
Sobre o automóvel da presidência ainda não disse nada, por me parecer que não há nada a dizer, ou quase. Tanto a Anabela como o Cristóvão agiram no âmbito do quadro legal em vigor. Quanto a marcas, modelos e preços, gostos não se discutem, porque de qualquer maneira pagam os contribuintes.
EliminarTal como acontece com os seguranças presidenciais que me parecem pouco discretos, ao contrário do que seria mais conveniente e eficaz. Preocupam-se sobretudo em dar nas vistas, como neste caso do carro em plena Praça. Não havia lugar no parqT 1, nem na Corredoura? O Marcelo precisa de segurança para alguma coisa? Então para quê o espectáculo?
Nos países "mais pobres" que nós, aqueles países nórdicos, o primeiro ministro até anda de transporte público. Aguns de bicicleta, eu já vi homens de fato a deslocarem-se de bicicleta em Londres!!! Em Portugal é impensável.
EliminarTem razão. Em Portugal há antes de mais uma questão de estatuto. Já viu o que seria o Montenegro ou o Pedro Nuno a chegarem de bicicleta a S. Bento? Até os cães vadios da área lhes iam logo mijar nos sapatos. E o Cristóvão de casaca e calça de fantasia? Perguntavam logo se já tinha chegado o Carnaval. Mas a capa templária assenta-lhe muito bem...
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