Imagem copiada de Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.
Política à nabantina
A jogada do Zé Maria da Junta
Foi a notícia sensação da semana, à falta de melhor, o que mostra bem a azáfama política usual no vale do Nabão. O tesoureiro da junta urbana desde há onze anos demitiu-se. "Bateu com a porta" segundo a informação local que temos. Em sentido figurado, bem entendido, dando porém a perceber que pode bem ter sido mesmo o caso.
Quanto aos motivos e às intenções subjacentes, ficaram-se por aqueles que o próprio indicou. Esmiuçar é complicado e analisar ainda mais. Temos assim que o agora ex-tesoureiro se sentiu, segundo disse, ultrapassado, humilhado e mesmo subtilmente convidado a sair. Empurrado. Acredita-se. Mas então porquê abandonar só agora, após onze anos de leal colaboração e excelentes serviços prestados, e logo a um ano das futuras eleições?
Porque as situações denunciadas se acentuaram ultimamente, no âmbito da normal luta pelo poder? É bem possível, mas não explica mesmo assim o timing escolhido. José Maria é um cidadão bem formado e com recursos acima da média. Tinha portanto perfeita consciência desde do início de que no duo com Augusto Barros, ele era a técnica, a administração, a escrita, e o outro a execução, o trabalho empenhado. Daí a ideia do Zé Maria, segundo a qual a junta era sobretudo ele, pelo que deveria ser o sucessor natural do actual presidente, que não se pode recandidatar.
Ao verificar que a tendência no PS e na junta era cada vez menos essa, porque o agora ex-tesoureiro é um moderado e no partido mandam desde 2013 os esquerdistas, José Maria agiu de forma inteligente. Retirou-se inesperadamente, para assim demonstrar que sem ele a junta não funciona como deve ser. Repare-se que até falou acidentalmente em "falta de planeamento na limpeza urbana"...
Com o tempo veremos se o autarca demissionário agiu da forma mais eficaz ou conveniente para o seu objectivo escamoteado. Entretanto vai decerto comentar que não foi nada disso, que não houve calculismo político algum, que nem está interessado em ser candidato, tendo saído apenas e só por se sentir humilhado. Pois seja. Contentemo-nos portanto com mais uma demonstração prática de que, em matéria de análise política, os jornalistas e outros interventores locais estão a precisar de uma urgente acção de reciclagem.
Eu vi a entrevista dele á Hertz e fiquei (mais uma vez) impressionado com a maneira como as mesmas são feitas, porque acho as entrevistas tão fofinhas, tão queridas!!! Está nos antípodas das entrevistas do José Rodrigues dos Santos ou das entrevistas aos candidatos presidenciais dos EUA que eu tenho seguido, especialmente ao Trump. A Hertz não faz perguntas difíceis.
ResponderEliminarConcordo consigo e aproveito para lembrar algo que já tenho escrito aqui muitas vezes. A informação tomarense está controlada pelo PS, com a relativa excepção do Tomar na rede e excluindo o Tomar a dianteira 3. Não será só em Tomar. Parece ser uma situação comum em muitos concelhos do país, mas isso não a torna menos grave.
EliminarNos idos anos 70 do século passado os socialistas batalharam contra a unicidade sindical e contra o controlo da informação pelo PCP, tendo vencido no 25 de Novembro. Meio século mais tarde, a maioria PS local nem sequer reconhece o seu domínio sobre a comunicação social nabantina. Limita-se a tentar intimidar, a apelidar de má língua e a acusar de loucura quem ousa criticar as obras notáveis dos srs. autarcas socialistas e aliados. Sobretudo quando se fala dos problemas causados pelos realojados do Flecheiro. Aí, irritam-se, chegando até a perder a compostura e a denotar incontinência verbal. Pobre gente! Coitados dos tomarenses de boa fé que neles votaram.
Pois estão controlados pelo PS, são eles que lhes pagam o ordenado. Sem a câmara não sobrevivem. Quem tem cú tem medo. Eu até estou convencido que hoje em dia já ninguém ouve a rádio Hertz nem cidade de Tomar, seria interessante ver e analisar as contas deles para ver os subsídios dos contribuintes.
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