sexta-feira, 18 de outubro de 2024


Política local

PS e PSD -Irmãos siameses separados à nascença, há anos a iludir os eleitores nabantinos

Aqui há umas semanas, escrevi nestas páginas que o grande problema de Tomar reside no facto da maioria PS e a oposição PSD, serem afinal  a mesma gente. Com as mesmas ideias e  na prática o mesmo modus operandi. Chocou logo os bem pensantes locais, conforme era previsível. "Ninguém é mais odiado do que aquele que diz a verdade", escreveu Platão.
Dado que boa parte dos leitores ignora quem terá sido esse tal Platão, pareceu-me mais adequado procurar um exemplo concreto de política local, para ilustrar a minha afirmação de que em Tomar e não só, PSD e PS c'est du pareil au même. São farinha do mesmo saco, como dizia o camarada Jerónimo.
Terá passado despercebido à maioria dos eleitores, porque as sessões da Assembleia municipal são em geral excelentes para pegar no sono, mas a Rádio Hertz pegou no assunto:
Em resumo, Célia Bonet, uma das vozes mais credíveis da social-democracia nabantina, com bastas provas dadas, ou combinou apressadamente, ou precipitou-se, e foi humilhada pelo presidente Cristóvão, com argumentos obsoletos, do tipo "nos 16 anos anteriores a 2013 o PSD fez zero". 
Foi tão evidente a supremacia socialista neste peculiar caso, que o presidente até usou o tom professoral para repreender Célia Bonet, aconselhando-a a "falar menos", como se estivesse em sala de aula. Na política, como devia ser evidente, não se manda calar ninguém, devido à liberdade de expressão. Era só o que faltava! Esquerdalhices...
Tudo isto porque a social democrata começou por dizer, em plena AM, que "80% das casas dos bairros sociais não têm condições para as pessoas viveram." Poderá ser verdade em termos políticos, mas é factualmente falso. Prova disso é que as pessoas vivem lá há muitos anos.  Portanto tem de haver condições, por muito más que possam ser.
O problema é porém outro. Ao apresentar a situação como o fez, Célia Bonet desviou a atenção do verdadeiro problema actual dos bairros sociais locais. Deliberadamente ou não, mas na política o que conta é o resultado, que esteve longe de ser brilhante. Na verdade, os que se interessam pelos problemas da urbe, sabem muito bem que a falta de condições de habitabilidade nos bairros sociais é outra, muito diferente, e aí é que a porca torce o rabo.
Os habitantes mais antigos do Bairro 1º Maio e da Senhora dos Anjos, queixam-se das habitações, é verdade,  mas muito mais dos novos vizinhos, lá instalados pelos serviços sociais da Câmara, e que regra geral não se adaptam nem se querem adaptar ao novo enquadramento social. Toda a gente sabe disto, mas quase todos assobiam para o lado, por conveniência. E Célia Bonet, ou aceitou distraidamente, ou caiu no logro de tentar escamotear o verdadeiro problema, realçando o tradicional.
Há até um caso bem evidente, no qual os moradores se queixam  com frequência da nova vizinhança, apesar de não habitarem em casas de renda social com problemas de habitabilidade. Refiro-me a toda aquela zona da Rua António Joaquim Araújo, (ao lado da linha de caminho de ferro), cujos residentes se insurgem desde o início contra o chamado Bairro calé, incomodativo até mais não durante numerosas longas noites de música, algazarra e copos.
Temos mesmo uma vertente pitoresca: Pegado ao tal Bairro calé, agora oficialmente "Centro de acolhimento temporário", para não contrariar directivas europeias, que proíbem bairros mono-étnicos, está o quartel da GNR, na antiga prisão da comarca. Os elementos da honrada corporação militar pouco ou nada dizem a respeito, pois sabem o que é disciplina e cadeia de comando. Manda quem pode, obedece quem deve. 
Mas não custa calcular que têm muito poucas ou nenhumas condições de habitabilidade. Por maior que seja o desmando no Bairro calé, mesmo à ilharga do quartel, a GNR não pode intervir. Só tem competência na área rural, o dito bairro está na área urbana...e seria algo caricato a mais antiga força de segurança -a GNR- pedir aos colegas da mais moderna -a PSP- para lhe virem acudir. Por isso vão aguentando e cara alegre. Até que um dia alguém perca as estribeiras e haja uma desgraça. Oxalá que não!
Assim sendo, caso tenha sido habilmente induzida ou iludida desta vez, convirá que no futuro Célia Bonet, cujas qualidades humanas são evidentes, saiba distinguir os dois tipos de condições de habitabilidade. Com e sem vizinhos incómodos, e por isso indesejáveis. Porque, mais cedo ou mais tarde, o problema dos ciganos, que são portugueses e não imigrantes, terá de começar a ser resolvido com serenidade, e não escamoteado, como tem sido até agora. Sobretudo pela extrema-esquerda, que considera os calés tudo boa gente, capaz de aprender a viver sem ensino adequado e prático nesse sentido, porque são anticapitalistas. Como acontece com os  imigrantes muçulmanos por essa Europa fora...



6 comentários:

  1. Claro que as casas são desconfortáveis, são pequenas, frias no inverno e quentes no verão. Mesmo com melhoramentos com janelas de alumínio e vidro duplo, que são investimentos caros, tenho muitas dúvidas que haja uma grande diferença em termos térmicos. Ao contrário da casa do professor no centro histórico que penso ser feita de adobo que é uma maravilha, eu vivo numa casa feita de tijolo refractário aqui na Inglaterra e é excelente também. Aqui tinha de ser.
    As casas do Bairro primeiro de maio, para mim deveria de ser sempre bairro salazar foram construídas nos anos 50, eram outras tecnologias que não se compraram nem de longe com as casas de hoje em dia, com alvenaria dupla, isolamento, painéis solares, é um mundo totalmente diferente, e é uma idiotice comparar. A Célia Bonet devia de estar calada, ela é tão culpada como o PSD, ela não apresenta uma solução para eliminar a pobreza.

    A única solução para eliminar a pobreza é trabalhar mais, se a pessoa tiver saúde para tal, óbviamente. A solução não é a social democracia ou os subsídios. O catavento que é o nosso presidente da República devia de incentivar as pessoas a estudarem, não é a passear os livros, é a estudar á séria, a trabalharem mais, eu trabalho 60 horas por semana, poupo e invisto. Tenho um rendimento passivo, ou seja aquele que não provém do trabalho, muito significativo, embora há quem tenha muitíssimo mais do que eu. Por isso é que eu conheço a economia Brasileira, é um mercado no qual eu invisto bastante. Mas ainda não sou rico em termos monetários, só em saúde, graças a Deus.

    Ou no caso do professor que tem a sua reforma e um rendimento muito significativo das casas que arrenda, por isso é que leva essa vida entre Tomar e Fortaleza, a Flórida do Brasil. Falta a este povo educação e tino, não podem esperar tudo do estado.

    Quanto á PSP ser mais moderna que a GNR tenho muitas dúvidas!!,!

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    1. Só um esclarecimento sobre a sua última frase. A PSP não será mais moderna do que a GNR, mas é mais recente. Foi criada em 1867, em Lisboa e Porto. Quanto à GNR, é a antiga Guarda Real de Polícia, fundada em 1801, que passou a Guarda Nacional Republicana em 1911, devido à implantação da República no ano anterior. Há uma diferença substancial entre elas. A PSP é uma polícia civil, sem estatuto militar. A GNR é um força militar treinada para o patrulhamento, a defesa do território e a manutenção da ordem pública. Marcando a diferença, não será por caso que ainda hoje se diz, brincando, que "chuva civil não molha militares"...

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    2. Perdoe-me a "modéstia" mas para o Professor ver com quem está a ligar aqui vai: quanto á PSP ser uma força civil e a GNR militar é tudo uma grande treta!!! Os GNRs só são militares e os PSPs civis por decreto e quando lhes convém, aquilo está uma grande bandalheira que reflefe o estado do país. Os gajos do sindicato da PSP e das associações da GNR mandam tanto como as chefias. Antigamente, até 1989 quando aconteceram os secos e molhados, a nossa PSP era comandada por um General, o falecido grande General de Cavalaria Comando Almeida Bruno, um Homem de direita. Os oficiais da PSP eram oficiais do exército e usavam as patentes do exército. Depois passaram as patentes do exército para as patentes da PSP: os capitães passaram a comissários, os majores a sub intendentes, etc..., as patentes e postos da PSP foram mudando ao longo dos anos, por exemplo antigamente os agentes eram guardas, agentes eram da PJ, havia o posto de sub chefe e muitas mais. Mudou muito a PSP ao longo dos ultimos 30 e tal anos.

      Tal como mudou a GNR, a maioria deles nem sequer foram á tropa, não tiveram as semanas de campo, são elementos das forças de segurança. A GNR tem umas unidades que são como a tropa, que passam a vida em missões no estrangeiro, eles não patrulham. Penso que lhe chamam "unidade de intervenção", equivale á polícia de choque

      Se reparar nas fotos até os pólos com que eles andam no dia á dia são semelhantes, ambas forças têm três classes distintas: agentes/chefes/oficiais e oficiais/sargentos/praças e os ordenados da PSP são semelhantes á GNR: um agente coordenador ganha tanto como um cabo mor, um chefe coordenador ganha tanto como um sargento mor e um superintendente ganha tanto como um coronel da GNR. É tudo política.... má política neste caso porque não havendo exigência as organizações deterioraram-se. Antigamente as pessoas até podiam deixar a porta aberta, os polícias podiam dar umas chapadas na tromba de quem se porta mal. Hoje é uma merda, os agentes e os guardas se dão porrada estão lixados, os "lesados" pedem indemnizações de centenas de milhar de euros. A mim não me batem porque eu porto-me bem. Antigamente, no tempo da ditadura, havia respeito e disciplina. Hoje é o que se vê....

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    3. Agradeço-lhe este seu esclarecedor comentário, que ajuda a perceber o país e a cidade em quer vamos vivendo.
      Falta apenas um detalhe, que complica muitas coisas e esclarece alguns aspectos. Tanto a GNR com a PSP têm normas de execução permanente em relação aos ciganos, que por imposição dos políticos eleitos, são tratados como cidadãos com estatuto especial. É uma situação muito desmotivadora para ambas as forças de segurança, cujos elementos sentem que não os deixam trabalhar da forma mais eficaz.

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    4. É a chamada doutrina woke, o livre agora até propôs cotas para os ciganos, gays, transsexuais e emigrantes na polícia, e acho que foi aprovado com os votos da esquerda, a abstenção do PS, PSD e IL e o voto contra do CHEGA. O Livre é um esgoto a céu aberto, são famosos pela semana dos 4 dias!!! Dizem que quem trabalha só 4 dias produz mais do quem trabalha 5!!! Pobre Portugal.

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  2. https://www.jn.pt/3985356954/parlamento-quer-mais-homossexuais-ciganos-e-afrodescendentes-na-gnr-e-na-psp/

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