domingo, 13 de outubro de 2024

 


Melhoramento da EN110 em Carvalhos de Figueiredo

Um projecto demasiado tacanho

Tardou mas não falhou. Dois dias após a sua realização, lá consegui ler sobre a sessão de apresentação do projecto de obras na estrada nacional que atravessa Carvalhos de Figueiredo e constitui a principal entrada na cidade. De manhã li O Mirante online, à tarde tive o prazer de uma mensagem de esclarecimento sobre o mesmo tema, do director da Rádio Hertz, que agradeço, e à noite a reportagem escorreita do Tomar na rede, que pode ler e ver aqui:
Tudo lido, relido e devidamente ponderado, eis a minha modesta e mal alinhavada opinião. A população correspondeu ao apelo do seu presidente e vizinho. Estiveram cerca de cem pessoas, portanto cerca de mil, se usarmos a bitola habitual da senhora vereadora das festarolas. É assim.
Anunciada como a obra mais cara de sempre em Tomar, com um custo estimado de nove milhões de euros, quase totalmente financiada por Bruxelas, tudo indica tratar-se de uma empreitada muito demorada, repartida em duas fases e com dezenas de expropriações ainda a efectuar. A maioria amigáveis, mas decerto algumas mais complicadas. "Há sempre alguém que resiste. Há sempre alguém que diz não", segundo o socialista Manuel Alegre, aqui fora de contexto.
O projecto tem o mérito de existir, inclui belas imagens desenhadas, mas é demasiado tacanho no meu entender. Eis porquê. Prevê as normais infraestruturas, valetas de saneamento, uma ciclovia também para peões do lado do rio, e só um passeio do lado oposto. Prevê duas rotundas, "para tentar moderar excessos de velocidade",  mas afunda-se completamente naquele curto troço entre a Fonte de S. Lourenço e a Rotunda do viaduto da CP.
Muda aí o piso, que passa a ser em paralelipípedos, para forçar redução de velocidade, acaba com os poucos lugares de estacionamento agora existentes, instala uma zona relvada e um miradouro sobre o Nabão e as ruínas da ponte romana dita das Ferrarias, mas falha no essencial. Os visitantes de moto, automóvel ou caravana, que venham da A13 ou da velha EN110, e queiram fotografar a fonte, a capela, o rio ou as ruínas da ponte romana, podem estacionar onde? No parque junto à estação do caminho de ferro, se houver lugar? Parece-me um bocado longe. Além disso, convinha que mostrassem em que outro concelho do país há um passadiço estreito, simultaneamente para peões, biclicletas, turistas e residentes, em ambos os sentidos e sem separador, como aquele que há pouco custou quasse meio milhão de euros e já está desactualizado.
Havendo de qualquer modo necessidade de derrubar muros e expropriar, o que impede que as coisas sejam feitas com coragem e visão logo no início? Pretende-se simplificar, para conseguir apresentar pelo menos parte da obra antes das eleições? Com este projecto, é melhor nem pensar nisso, que os eleitores podem não gostar de ser enganados à vista de todos. No meu entender, as coisas ou se fazem como deve ser logo à primeira, ou mais vale estar quieto. Já chega de obras falhadas em Tomar e com esta Câmara.

ADENDA
 
Os usuais admiradores de Tomar a dianteira 3, em vez de aceitar debater, lealmente e na calma, vão alegar que "vozes de burro não chegam ao céu". É verdade. Mas têm pelo menos o mérito da antiguidade e da coerência. Se procurarem bem na internet, vão encontrar crónicas e fotos sobre os problemas da EN110 desde pelo menos 2014, subscritos pelo autor destas linhas. Há dez anos, quando também parecia utópico pedir passeios e saneamento na zona de S. Lourenço-Carvalhos de Figueiredo.

5 comentários:

  1. Se nós proprietários de terrenos, no meu caso involuntário pois foram por herança, não os conseguimos vender porque a câmara não deixa lá construir como é que estes velhacos vão gastar 9 milhões de euros, talvez mais, em terras de leito de cheia!!!

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    1. Esta maioria autárquica tem mostrado que conhece a velha máxima: "Para os amigos tudo; para os adversários só o mínimo; para os outros aplica-se a lei." E até agora têm-se dado bem. Que o diga a ex-presidente, que após ter jurado "cumprir com lealdade", deu à sola a meio do mandato, logo que apareceu um tacho mais rentável e para cinco anos.

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    2. O Professor pode achar o meu comentário despropositado mas pense comigo: naquelas terras já não se pode construir por causa do perigo de cheia, por mais limpeza que façam no rio, por mais protecções que sejam projectadas ninguém pode garantir que o rio não galgue e inunda aqueles campos como já aconte ceu variadíssimas vezes!!! Eu tenho um terreno perto de uma ribeira, que eu nem sabia, só soube depois de consultar o PDM, há uma estrada entre o meu terreno e o terreno onde está a ribeira, portanto ainda está afastada, e em metade do meu terreno não se pode construir por estar em leito de cheia!!! Quem conhece aquela área melhor do que eu riu-se quando lhe moestrei o PDM e os alertei para esse facto. Como também ouvi o presidente da Câmara Municipal de Abrantes Jorge Valamatos em entrevista á Hertz dizer que compreendia a frustração das pessoas porque em grande parte do concelho não se pode construir por causa da barragem do Castelo do Bode. O presidente Valamatos congratulou-se pelo processo do PDM estar a chegar ao fim, foi muito tempo a partir pedra, diz ele, e que compreende a frustração das pessoas mas que não pode fazer nada porque quem manda são entidades externas, ele não especificou, não sei se ele se refere á ccdr. É o mesmo discurso do presidente Cristóvão, a malta vai á câmara e lá as pessoas que nos atendem ficam muito atónitas se lhe perguntamos se podemos construir, disseram-me: então mas é reserva agrícola/ ecológica não pode construir, como se eu fosse uma criança, e o presidente Cristóvão diz também que não é a câmara que não deixa, é a CCDR.

      Ora eu pergunto o seguinte, como é que uma situação destas é possivel???!!! O estado descentraliza tudo, a saúde, a educação, os impostos, as câmaras recebem uma parte do IRS, derrama, imi, imposto sobre as transmissões onerosas, até a segurança, há câmaras com polícia municipal, é um sem fim de exemplos de descentralização, e vêm estes vigaristas dizer que não têm nada a ver com o PDM???!!! Que são entidades externas e superiores???!!! Vão gastar 9 milhões, hão de vir a ser mais, para beneficiarem duas centenas de pessoas que são os moradores e os atletas amadores de fim de semana que hão de correr na ciclo via como acontece na estrada do prado. Na estrada do prado não é ciclovia é para pedestres.

      As ciclovias são outro embuste, a malta andava de bicicleta até até ao 25 de Abril. A
      Era no tempo em que até se tinha de ter licença. Eu nasci depois do 25 Abril e também a tirei, fui fazer exame á várzea grande. Até tinha chapa da matrícula na bicicleta. Eu estive em Tomar mais de 3 semanas, andei muito pelas ruas da cidade e foi raríssimo ver alguém de bicicleta que não tenha sido por desporto, não vi mais de 3. Ninguém usa aquilo sem ser por desporto. Antigamente íam para a zona industrial e para as fábricas de bicicleta, hoje em dia todos vão de automóvel, bicicleta é para os pobres. Para quê as ciclovias???!!!

      É a esquerda que domina Portugal que nos quer apresentar e impor estas ideias progressistas, agora até o livre propôs um diploma na AR, que passou, só o Chega se absteu, de criar cotas para a comunidade LGBTQ++++, para os ciganos, para os emigrantes, enfim para as minorias na Polícia. E foi aprovado!!! É uma vergonha.
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    3. No meu pobre entendimento, essa questão dos PPM e dos leitos de cheia e assim, é apenas um conjunto de artimanhas com cobertura governamental, inventadas pelos técnicos superiores no quadro da bem conhecida política de engendrar dificuldades por cima da mesa, para logo a seguir proporem facilidades por baixo da mesa. É tudo uma questão de preço, como claramente se viu por exemplo no caso do Vila galé, que até conseguiu licença, assinada pela presidente anterior, para uma piscina e 11 quartos adjacentes, tudo em leito de cheia, na margem do Nabão e à vista de toda a gente.
      Quando houver em Portugal um governo corajoso, mais virado para o investimento privado, acabam-se logo essas tranquibérnias, que até provocam riso nalguns estrangeiros residentes entre nós, o que não me surpreende, porque chega a ser cómico.

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  2. Vou deixar aqui outra indicação do desgoverno que temos tido nos últimos 50 anos que acabei de ler no site da CNN. Fecharam as centrais termoeléctricas de Sines e do Pego e agora andamos a comprar electricidade a espanha.As empresas metem nas faturas: "electricidade 100% verde" mas é mentira. A agenda climática que nos custa biliões é uma farsa.

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