Festarolas, tachos, subsídios e contas públicas
Mais vale ir prevenindo do que depois remediar
Como bem sabemos, desde há muito que em Portugal as novidades vêm de França. Mesmo a bem conhecida Festa do Avante, orgulho dos comunistas lusos, é uma cópia da francesa "Fête de l'Humanité", o antigo jornal dos comunistas gauleses, agora também com fraca expressão eleitoral.
Quanto aos bébés, estamos entendidos. Dantes também vinham de França no bico da cegonha, mas entretanto algumas mães lusas já se modernizaram um bocadinho. Segundo li há pouco, respondendo a um filho pequeno que lhe perguntara para onde ia a cegonha depois de deixar o bebé, uma mãe foi bastante realista: -Fica aí no sofá a ver televisão, a beber cerveja e a arrotar.
Este introito para informar que em França, de onde também nos vêm a moda política e a moda tout court, a situação orçamental não é nada brilhante, e a política está pelas ruas da amargura. O governo Barnier, parido a ferros ao cabo de dois meses de tormentas, vê-se forçado a reduzir despesas e aumentar os impostos, logo ao iniciar o mandato, que não se prevê muito longo.
Ocasião aproveitada pelo Tribunal de contas francês para apresentar mais um relatório pouco amável. Nele se pode ler, segundo o Le Monde de hoje, que as colectividades locais e regionais custam ao governo anualmente 18% do orçamento, só em despesas de funcionamento. E vá de propor uma redução drástica de 100 mil funcionários públicos, o equivalente a apenas 5% do efectivo gaulês.
E daí? questionarão os muito competentes comentadores e outros técnicos ao serviço da maioria que está. E dai, apesar dos esforços das contas certas governamentais e do extraordinário incremento das receitas turísticas, não tarda vai ser imperativo fazer como em França: reduzir despesas, aumentar impostos e despedir funcionários. Não poderá ser de outro modo, com obras, festas e subsídios que custam cada vez mais caro, e fundos de Bruxelas que não são inesgotáveis...
Quando tal acontecer, isto é, quando houver inevitavelmente despedimentos nas autarquias, só para terem uma ideia, se adoptarem a fasquia dos 5%, a Câmara de Tomar terá de mandar embora 40 funcionários, naturalmente daqueles que custam mais caro e fazem menos falta.
É só para ir avisando...
Já o ministro das finanças holandês dizia que os Portugueses gostavam era de putas e vinho verde, não sei porquê, ele é que dizia. Caro professor, os Tomarenses não querem saber dos números, do deficit, etc... Iso é para os nerds, os marrões. A vida são 2 dias e o Carnaval são 3, e um gajo quando morre deixa-o todo cá. Regressei ontem de férias aí passadas e pela conversa que tive o PS está muito forte, as pessozs dizem-me que o PS tem mostrado trabalho e estão satisfeitas. Não é o meu desejo, eu apenas estou-lhe a transmitir o que vi, sem mentir porque a mentira enoja-me. As pessoas inclusive dizem-me que Tomar é uma cidade limpinha!!! Eu até retorqui que os contentores ao lado do estádio cheiravam muito mal, até me davam vómitos quando lá passava o que acontecia várias vezes ao dia. Curiosamente ontem quando ía para a estação andavam a lavar aquela zona. A oposição precisava de um líder, alguém que fosse bom a comunicar. Eu tenho andado a ver vídeos do Ronald Reagan e tenho ficado surpreendido com ele, eu não sabia que ele tinha tanta classe, um gentleman, e um sentido de humor fantástico. O engenheiro Carrão não me parece ser isfo, ele não me parece ser um comunicador nato como o Cristóvão. O líder da oposição tem de cativar os indecisos logo tem de ser uma pessoa cativante. Eu infelizmente não o sou e por isso é que não sou político. Cumprimentos
ResponderEliminarGostei deste seu comentário que me parece de estilo inglês: claro, honesto, frontal e elucidativo. Como sempre devia ser.
ResponderEliminarDiz você que os tomarenses lhe parecem satisfeitos coma actual maioria. Também me pareceu durante o tempo em que estive na cidade. Só regressei a Fortaleza em 17 de Setembro. Manifestamente com óculos partidários por carência de adequada formação política, são capazes de olhar para um monte de merda e garantir que é um pastel de nata. Basta ser do partido do observador.
Considero-me um razoável comunicador com alguma cultura e formação política, mas nunca aspirei a grandes coisas em Tomar, por nítida falta de paciência. Fui deputado municipal PS nos anos 80 e só aguentei meio mandato. Dez anos depois ganhei o concurso para chefe da divisão de cultura da Câmara, entre 6 candidatos, fui empossado mas renunciei ao fim de 8 meses.
Os que dizem que quero isto ou aquilo na política local, não passam de lorpas com a mania que são inteligentes e bons observadores. Recordo-me muita vez daquilo que me disse o Nini Ferreira, quando o fui convidar para encabeçar uma lista do PS: "Não posso aceitar. Não tenho pachorra nenhuma para aturar os tomarenses."