É melhor ir já prevenindo. Este texto pode ser chocante para alguns. Mas chocante ou não, factos são factos. Não se trata de opiniões. Porque as opiniões podem mudar, os factos não.
Em 2013, o PSD perdeu as eleições inesperadamente, por poucos votos. Apenas 281, num universo de 19.881 votos entrados nas urnas. Porquê? Basicamente porque entre uma proposta rural, apoiada pelos presidentes de junta rurais, com um candidato de origem rural que não era funcionário público; e uma proposta urbana, pilotada por uma candidata urbana e funcionária pública; os eleitores preferiram a candidata urbana.
Exagero? Certamente que não. Quatro anos mais tarde, em 2017, a situação repetiu-se. O PSD foi forçado a escolher, em segunda opção, um candidato rural e não funcionário público, residente numa das freguesias rurais, em tempos ditas de "patos bravos". O PS repetiu a dose, com a sua candidata urbana e funcionárias pública, vencendo por uma margem de 1.155 votos. Pouca coisa, se considerarmos que a candidata vencedora celebrara antes um acordo de coligação com os IpT, que tinham averbado 3.094 votos em 2013. Por conseguinte, parte dos votos IpT foi para o PSD, ou para a abstenção, apesar do acordo com o PS. O que permitiu aos laranjas averbar mais 1.619 votos em relação a 2013. Nada mau, tendo em conta os erros cometidos. Mas mesmo assim perderam porque não ousaram propor a mudança.
Foto O Mirante
A sra. presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro
Outro dado comparativo curioso é que, entre 2013 e 2017, durante o primeiro mandato de Anabela Freitas, desapareceram dos cadernos eleitorais 2.496 eleitores. 7,16% dos inscritos. Porém, apesar de tamanho rombo demográfico, em relação a 2013, nas últimas autárquicas houve apenas menos 61 votos. Por conseguinte, a esmagadora maioria dos eleitores entretanto desaparecidos dos cadernos, já não votava anteriormente. É sempre bom conhecer estes detalhes.
Aproximam-se eleições internas no PSD, tudo indicando que teremos outra vez a alternativa entre uma candidatura de base rural e outra de base urbana. A única diferença residirá no facto de a candidatura rural ser desta vez encabeçada por uma funcionária pública urbana, e a candidatura urbana por um homem do mundo, que quer mudar o rumo das coisas em Tomar, simultaneamente empresário rural. Com efeito, o candidato urbano, Lourenço dos Santos, é o gestor do lar de idosos situado nas antigas instalações, entretanto adaptadas, da Estalagem do Castelo do Bode, na freguesia de S. Pedro, cuja presidente é a candidata rural Lurdes Ferromau, apoiada pelos presidentes de junta rurais.
Do resultado das próximas eleições internas no PSD se poderá deduzir qual será o posicionamento do partido social-democrata nas próximas autárquicas de 2021. Candidatura urbana, com um empresário rural que propõe mudar de rumo? Ou candidatura rural, com uma funcionária pública urbana que propõe mudar de presidente de câmara? A realidade é assim, cheia de contradições.
Cabe esclarecer que os 15.479 eleitores inscritos na freguesia urbana, representam 44,46% do eleitorado concelhio. Ou seja, quase metade.
Aproximam-se eleições internas no PSD, tudo indicando que teremos outra vez a alternativa entre uma candidatura de base rural e outra de base urbana. A única diferença residirá no facto de a candidatura rural ser desta vez encabeçada por uma funcionária pública urbana, e a candidatura urbana por um homem do mundo, que quer mudar o rumo das coisas em Tomar, simultaneamente empresário rural. Com efeito, o candidato urbano, Lourenço dos Santos, é o gestor do lar de idosos situado nas antigas instalações, entretanto adaptadas, da Estalagem do Castelo do Bode, na freguesia de S. Pedro, cuja presidente é a candidata rural Lurdes Ferromau, apoiada pelos presidentes de junta rurais.
Do resultado das próximas eleições internas no PSD se poderá deduzir qual será o posicionamento do partido social-democrata nas próximas autárquicas de 2021. Candidatura urbana, com um empresário rural que propõe mudar de rumo? Ou candidatura rural, com uma funcionária pública urbana que propõe mudar de presidente de câmara? A realidade é assim, cheia de contradições.
Cabe esclarecer que os 15.479 eleitores inscritos na freguesia urbana, representam 44,46% do eleitorado concelhio. Ou seja, quase metade.
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