quinta-feira, 8 de março de 2018

Poluição do Nabão

Ele há coisas!!!


Ora aí está! Após semanas e semanas, meses e meses, anos e anos de poluição, de repente, qual milagre, faz-se luz. As análises encomendadas pela Câmara revelam 12 focos suspeitos de poluição. Doze focos em pouco mais de oito quilómetros, é obra. Foco e meio por quilómetro de rio. E o zé povo pergunta, intrigado -Porque raio só agora a câmara encomendou análises? E havendo uma dúzia de focos, porque diabo não publicam os respectivos nomes e localização?
Acrescenta a notícia da Rádio Hertz, com dados fornecidos pela autarquia, que a senhora presidente Anabela Freitas e o senhor deputado Hugo Costa reuniram com o senhor ministro do Ambiente e o represente da Agência Portuguesa do Ambiente. Trata-se obviamente de mais um lapso protocolar. Presidentes de Câmara e deputados não reúnem com um ministro. São recebidos por ele, o que não é bem a mesma coisa.
O Mirante, que anda há muito nestas coisas, revela o essencial em duas frases:

Antes de mais, invertendo a ordem das frases, Anabela Freitas foi recebida pelo ministro, mesmo que tenha dito à Hertz que reuniu com ele. Segue-se que, havendo reunião tripartida APA - Tomar - Ourém, visando "delinear estratégia para travar poluição no Nabão", tal revela que o problema tem origem em Ourém e que nem sequer se trata de o solucionar, mas só de o travar, o que é elucidativo. Porque travar significa sobretudo limitar, reduzir, afrouxar. Muito raramente parar.
(Actualização efectuada às 19H46, hora de Lisboa)

Acrescenta a citada notícia da Rádio Hertz que está prevista nova reunião da senhora presidente e (supõe-se) do senhor deputado, com o representante da APA e o Presidente da Câmara de Ourém, para a próxima segunda feira, uma informação que esclarece tudo. Assim sendo, os tais doze focos de poluição só não são identificados publicamente, para evitar eventuais erros. Como no recente caso do Tejo...
Pode dar-se o caso de os peixes do Nabão terem resolvido aliviar-se nalguns locais precisos do curso do rio, o que obviamente polui, mas os proprietários confinantes não têm naturalmente culpa nenhuma que a fauna piscícola seja mal educada.
Já a reunião com o senhor presidente da câmara de Ourém, não carece de qualquer esclarecimento completar. Certamente o Nabão, que é um rio velho e com muita experiência, inverte pela calada da noite o seu curso normal, começando a correr para cima, indo poluir o concelho de Ourém com os efluentes de Tomar.  Depois, alta madrugada, volta a normalidade e volta a porcaria a Tomar.
O progresso tem destas coisas. Até os rios já começam a ter vontade própria, e a tomar decisões políticas, vejam bem!
Se não é assim, qual o papel do presidente de Ourém nesta farsa?

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