Ao fim de anos de peripécias e face ao aumento da pressão da frouxa opinião pública tomarense, a autarquia foi forçada a mexer-se. Queixou-se, mandou fazer análises, pediu e obteve audiências, resolveu conversar com o autarca de Ourém. As primeiras informações oficiais com substância surgiram quando, após ter sido recebida pelo ministro, a senhora presidente informou a Rádio Hertz que já se conheciam os resultados das análises e que havia doze focos possíveis de poluição do Nabão. Alegando que ainda não havia certezas, não identificou esses doze alegados focos. Estranho. Se há resultados de análises...
Entretanto teve lugar a prevista reunião com o presidente da Câmara de Ourém, e com a APA, para encontrar estratégias. De acordo com um despacho da Lusa, a que Tomar a dianteira 3 teve acesso, (ver mais abaixo), os resultados são um pouco para rir, que é para evitar desesperar. Os dois autarcas concordaram em marcar novas reuniões, formando desde já um grupo de trabalho (supõe-se que conjunto) para apurar se não haverá infiltrações de esgotos pluviais nas ETAR em funcionamento, o que a existir obrigará à separação de redes.
"Anabela Freitas adiantou que, quanto ao foco de poluição detetado no passado dia 01, e que originou uma queixa apresentada pelo município, os resultados de todas as análises recolhidas, tanto a pedido da Câmara como as feitas pela APA (estas em dois momentos, nos dias 02 e 05), só deverão ser conhecidos no final da semana.
Os primeiros resultados, de análises “mais simples” que precisarão ser precisadas, apontam para uma concentração elevada de coliformes fecais, desconhecendo-se ainda se de origem humana ou animal.
A autarca admite que os episódios de poluição que se acentuaram desde há um ano possam ter várias origens." (Agência Lusa)
Tomar a dianteira 3 pode assegurar que, quanto a Tomar, tais infiltrações existem de certeza, uma vez que todo um sector do Centro Histórico, já antes referenciado nestas colunas, é ainda de colector único e está ligado à rede que conduz à ETAR. Donde resulta que, neste caso, havendo esgotos pluviais e efluentes domésticos forçosamente misturados, o que vale aos tomarenses é o Nabão correr para o Zêzere e a ETAR estar situada próximo de Santa Cita. Se calha a estar na Pedreira, por exemplo... Provavelmente, em Ourém a situação é semelhante, mas neste caso a respectiva ETAR está na Sabacheira, concelho de Tomar, e a descarregar para o Nabão. Deve ser um dos problemas.
Foto Rádio Hertz
Procurando justificar o facto de não ter identificado até agora os aludidos 12 focos de poluição já detectados, Anabela Freitas informou que é necessário esperar mais alguns dias para conhecer resultados detalhados. "As análises precisarão ser precisadas", na curiosa linguagem da Lusa. Para já, sabe-se apenas que foram encontradas grandes quantidades de coliformes fecais, ignorando-se todavia se de origem humana ou animal. Porcina, mais precisamente, acrescenta Tomar a dianteira, baseado em informações de anos anteriores.
Usando uma linguagem popular, pode portanto dizer-se, com propriedade, que há merda. Está confirmado oficialmente. Falta agora conhecer a qualidade da merda, para depois encontrar a respectiva origem. Se não é mesmo uma comédia, parece.
Então mandam fazer umas análises, cujos resultados são apenas parciais? Foi só para confirmar que havia merda no rio? Isso já se sabia há muito. Ou terá sido mais para tentar "sossegar" a magra opinião pública tomarense, leia-se sobretudo Américo Costa?
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