Tomar a dianteira - 3 nunca publicou até agora qualquer texto estilo "faca e alguidar". Não ignora porém que os dois jornais mais lidos em Portugal são o Correio da Manhã e A Bola. Por alguma coisa será. O que explica a via seguida por alguma imprensa escrita e até por outros colegas da blogosfera. São critérios que não merecem debate, no estado actual das coisas.
Desta vez, O Mirante noticia com destaque o caso de uma esposa traída, que resolveu fazer justiça pelas próprias mãos, ajudada por um cúmplice. Vingar-se, em linguagem chã. Amiga da traidora, levou-a para um pinhal ermo, onde ela e um amigo a agrediram, tendo-lhe despejado piripiri na vagina. Terá portanto havido premeditação, porque o cúmplice aguardava no pinhal ermo, decerto em virtude de conluio anterior. Mas também e sobretudo porque a honesta esposa traída se munira antes de uma embalagem com piripiri, que não é um produto assim muito corrente, quando se viaja de automóvel na ida para o emprego.
A notícia do Mirante, que pode ser lida aqui, especifica que o julgamento decorre no tribunal de Santarém, e só lateralmente menciona o que parece ser o mais significativo neste episódio picante. Os factos remontam a 2011. Seis anos para levar a julgamento uma coisa assim, mostra bem o estado a que já se chegou neste país. Mas nisso ninguém reparou.
Importante, importante mesmo, foi o acto de despejar piripiri na vagina de uma concorrente. Porque a culpada foi naturalmente ela. O ex-marido da agressora, (já seria ex-marido na altura dos factos?), é um santo, incapaz de trair o laço sagrado do matrimónio, que na circundstância apenas foi vítima da tentação provocada pela bem conhecida fraqueza da carne.
Somos mesmo assim e também por isso estamos como estamos.
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