José Delgado
Vereador do PSD
Sabendo que os SMAS são a entidade
gestora dos serviços públicos de água (abastecimento de água e saneamento de
águas residuais doméstica), de resíduos (recolha e transporte de resíduos) e
limpeza urbana.
Sabendo
que estes serviços são fundamentais e de extrema importância para a qualidade
de vida das populações e para a criação de um sistema sustentável em termos de
ambiente e de apoio social para as famílias numerosas e mais carenciadas.
Sabendo
que a qualidade de água no concelho de Tomar tem o selo de qualidade da ERSAR, que é uma referência há muitos anos e que o concelho tem quase 100% de
cobertura, em termos de abastecimento de água.
Sabendo que os SMAS, tem uma cobertura da rede de abastecimento em cerca de 100%, que tem o
selo de qualidade da ERSAR e que tem uma situação confortável em termos de
gestão, quer pelo número de utentes, quer pelo preço da água, em especial, a partir
do 2.º escalão, que é vendida a um preço muito superior ao preço de aquisição à
EPAL/AdVT.
Sabendo
que se podia poupar muita água da rede, se houvesse um verdadeiro investimento
para a implementação de um plano de rega para jardins, zonas verdes e lavagens
de ruas, que não utilize água comprada à EPAL/AdVT e passe a utilizar as águas
do rio nabão, das albufeiras e das ETARES. Um investimento para poupar um bem
precioso, “a água” e para a prazo diminuir custos e preservar os recursos
naturais, já escassos.
Sabendo
que, em termos globais, o orçamento dos SMAS ascende a 9 453 554 € e que a
diferença apurada entre o valor das receitas correntes e das despesas
correntes, acrescido do valor das receitas de capital, totaliza 1 655 789,00 €,
que se destina ao financiamento das despesas de capital. Pode-se dizer que de
facto existe no SMAS um grande conforto em termos de gestão.
Mas mais riqueza existiria, e mais capacidade de investimento estaria disponível, se
existisse uma verdadeira politica e acção para diminuição das roturas e roubos
de água, através da monitorização das redes de água.
Hoje,
a preços actuais dos SMAS, segundo os escalões em vigor, as perdas de 1 761 911 m3 de
água, por desperdícios, por roturas e por roubos de água, corresponderiam a 1 783 550,90 € (dados
extraídos dos documentos anexos à proposta de orçamento 2018 dos SMAS), um valor
que poderia potenciar a descida dos preços da água à população do concelho de
Tomar e em simultâneo, criar novas oportunidades de investimento.
Se
for promovido um plano e uma estratégia para combater os desperdícios, as
roturas e os roubos de água, com trabalho eficaz e célere, com recurso às novas
tecnologias, haverá uma nova oportunidade e novos ganhos para o concelho,
permitindo que os SMAS retirem a proposta, que tem em mãos, de aumento do custo de
água para 2018.
A
situação entre compra e venda de água é hoje equilibrada, apesar das perdas de 1 761 911 m3, porque a partir do 2.º escalão, a água é
vendida aos utentes, a um preço muito superior ao de custo (EPAL/AdVT). Se
minimizarmos os efeitos de perda de água de 49% do total da água comprada à EPAL/AdVT,
novas oportunidades surgirão para o concelho de Tomar e para a sua população.
Assim,
a exemplo do que já foi expresso na reunião de câmara de 11.12.2017, informa-se
da nossa disponibilidade para contribuir positivamente para esta temática e recomenda-se
que se tenha em atenção as necessidades de gestão de um bem tão precioso, como
a água que, face às alterações climatéricas e em especial aos elevados
períodos de seca, obriga a ter uma gestão de excelência, que passa por
minimizar desperdícios e monitorizar fugas e roubos de água. Um investimento e
uma acção que criarão mais riqueza, mais justiça social e representarão certamente
um contributo para diminuir a pegada ecológica no nosso concelho.
Assim é que se faz oposição. A meio do texto pensei que o final terminasse com a proposta de entrega do SMAS ao setor privado. Não senhor!
ResponderEliminarMãos à obra!