Duas notícias recentes agitaram o microcosmo informativo nabantino: Mais um caso de poluição do Nabão e o "chumbo" do orçamento dos SMAS pela Assembleia Municipal. Em todos os países livres, aprende-se desde o ensino básico o que é uma notícia, segundo a escola americana. É um texto, tão claro e sucinto quanto possível, que responde às perguntas básicas "O quê?", "Quando?", "Onde?" É também ensinado que, sempre que possível, deverá o jornalista proceder de forma a que o seu texto informativo responda igualmente às seguintes questões, que já são mais da área do periodismo de investigação: "Quem?", "Como?", "Porquê?", "Para quê?"
Relendo, como exemplos, as duas notícias acima citadas, torna-se evidente que apenas permitem responder à primeira série de perguntas. Quer confirmar? Após a respectiva releitura, (basta clicar nos links), procure responder às perguntas seguintes -No caso do Nabão: De onde vem precisamente a poluição? Qual a sua origem material (suinicultura, ETAR, fábrica)? Porquê? Quais são as causas (falta de tratamento, avaria transitória, escorrências)? Quem é, ou quem são os culpados? No caso do "chumbo" do Orçamento dos SMAS: Chumbaram porquê? Qual é a causa, ou quais são as causas? Para quê? Quais são os objectivos de quem votou contra a aprovação do orçamento? Naturalmente que o melhorem, é óbvio. Mas em que aspecto, ou aspectos?
Trata-se portanto, conforme se constata, de jornalismo incompleto, capado voluntariamente ou não, que não informa cabalmente os leitores. E se mesmo as populações bem informadas, graças ao jornalismo capaz, nem sempre reagem como deviam, que esperar de um eleitorado como o tomarense, que lê pouco e não dispõe de informação escorreita e completa?
É claro que a informação local luta constantemente com uma lamentável falta de meios, e que os jornalistas são bastante mal pagos. Dito isto, há casos em que se torna evidente que a principal falta de recursos é sobretudo "cabeçal". Infelizmente para todos.
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