Tomar a dianteira 3 já antes tratou o tema, a propósito de um comentador anónimo, mas de alto gabarito intelectual. Conforme se pode recordar clicando aqui, esse comentador criticou, em escrita pseudo-infantil, o facto de irem edificar uma nova escola, ignorando se haverá alunos para a frequentar dentro de 10/20 anos. Mais recentemente António Paiva e António Alexandre voltaram a abordar o assunto, esclarecendo que não dispunham de dados demográficos.
Procurando esclarecer tal matéria de forma fundamentada, recorreu-se a um meio expedito, bastante mais acessível que os dados do INE -os inscritos nos cadernos eleitorais da Freguesia da Asseiceira, a qual integra a Linhaceira. O que se constatou não abona nada a favor de quem resolveu mandar edificar a nova escola.
Eis a evolução dos eleitores inscritos na Freguesia da Asseiceira, desde 1993, ano em que são facultados pela primeira vez, no Portal do Eleitor, os resultados de cada freguesia:
Temos assim que a evolução dos eleitores inscritos tem sido negativa e cada vez mais acentuada, excepto entre 2005 e 2009, em que se registou um ligeiro aumento:
De acordo com estes dados oficiais, da CNE e do MAI, em 24 anos, entre 1993 e 2017, a freguesia da Asseiceira, que integra a Linhaceira, perdeu 552 eleitores inscritos, o que corresponde a menos 17,75%. É muito e muito grave, sobretudo porque as perdas se acentuaram com a crise que começou em 2008, tendo chegado a 8,21% nos últimos quatro anos. Nestas condições, conviria que quem resolveu adjudicar a construção da escola explicasse aos eleitores tomarenses em que dados, demográficos ou outros, se baseou para tomar tal decisão. Sob pena de, caso o não faça, cair no descrédito total, ao mostrar que a autarquia tomarense, no fim de contas, decide conforme calha, ao acaso das pressões e dos fundos europeus.
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