quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A Câmara e o custo da água dos SMAS

Da reportagem em directo, da autoria de Elsa Ribeiro Gonçalves, para mediotejo.net, destaque para as seguintes intervenções sobre os custos da água da rede, proferidas durante a recente reunião da autarquia nabantina, a propósito do orçamento dos SMAS para 2018:

José Delgado (PSD) -  "Não é difícil detectar onde existem roturas, ou quem está a roubar água no concelho. Basta fazer um estudo."

Anabela Freitas (PS) - "A questão das perdas de água leva a que haja um tarifário mais elevado que nos concelhos vizinhos, sendo que a água também é comprada mais cara. 
Não podemos mexer no preço de compra da água. Se conseguíssemos diminuir as perdas, conseguíamos diminuir outras rubricas que compõem a factura da água. Estão identificados três motivos para as perdas, incluindo o roubo a partir das bocas de incêndio, ou a alteração de contadores, para que não marquem o que efectivamente se gasta.
Também há perdas de água que se referem ao combate a incêndios e a roturas."


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Apesar dos preços e dos problemas, houve prémios de qualidade. Falta apenas apurar a qualidade de tais prémios.

Perante tais afirmações, várias perguntas se apresentam como pertinentes, tanto para melhor esclarecimento dos consumidores, como para encontrar soluções mais favoráveis para todos:

1 - Se, como afirma o eleito PSD, não é difícil detectar roturas e roubos de água no concelho, bastando fazer um estudo, porque razão ou razões a autarquia nunca encomendou esse estudo, mesmo por ajuste directo? Seria apenas mais um de muitos...
2 - Uma vez que somos dos concelhos mais próximos da albufeira do Castelo do Bode, onde a EPAL se abastece, porque pagamos a água em alta mais cara que os outros?
3 - Diz a senhora presidente que "Não podemos mexer no preço de compra da água em alta." Porquê? Os contratos leoninos são anuláveis em qualquer altura, bastando demonstrar que são leoninos. E se outros estão a comprar a mesma coisa a custo inferior... Ou também há "rendas garantidas", como no caso da energia eléctrica?
4 - Uma vez que a câmara reconhece haver roturas, situação normal numa rede que data em grande parte de 1937, estão à espera de quê para renovar a dita rede, para já pelo menos no Centro histórico?
5 - Dado que nos concelhos vizinhos onde a água é mais barata, não há SMAS, tem a câmara uma ideia dos custos de funcionamento daquela estrutura municipal?
5 - Qual ou quais as vantagens e desvantagens da eventual extinção dos SMAS, seguida da concessão a privados, em bloco ou separadamente, da água, limpeza,  esgotos e recolha de resíduos sólidos? Já alguma vez foi feito esse estudo comparativo custos/benefícios?

No estado actual das coisas, a administração central é o principal empregador do concelho de Tomar, logo seguida pela administração local, vulgo câmara, cujas despesas com pessoal são da ordem dos 40%. Tal como no Alentejo. Ou nos antigos países ditos socialistas, da Europa de leste. Com a consequências agora bem conhecidas de todos. Será sensato insistir nessa via?

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