segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Uma história tomarense em 15 imagens

O que resta do outrora magnífico parque de campismo de Tomar


Cumpriu-se a vontade de António Paiva, que teve o mérito da clareza. Disse e repetiu que não queria em Tomar "turismo de pé de descalço". Após o que não hesitou: mandou encerrar o parque de campismo, alegando que era por causa das obras no agora ex-estádio. Reaberto entretanto por um seu sucessor, o outrora "Parque de turismo" acabou por ser encerrado compulsivamente pela ASAE, devido a não conformidade com o PDM.
Apanhada de surpresa, a câmara PS/CDU deliberou, após meses de reflexão, transformar o local em parque de estacionamento para autocaravanas. É aqui que começa a nossa história em 15 imagens.
Trata-se do local citadino mais sinalizado, logo a seguir ao Convento de Cristo:


Mesmo quem não entende português, compreende imediatamente aquele ícone da autocaravana mijona. Infelizmente, chegado próximo da   entrada do parque, o autocaravanista passa a nada entender, uma vez que o ícone desapareceu. Provavelmente porque a mijona já estará no local da mija:


Já dentro do parque o nosso turista autocaravanista pelo menos remediado, que autocaravana não é coisa barata, verifica com agrado, que tem à sua disposição, além da extraordinária beleza, centralidade e quietude do local, uma vasta série de comodidades, que incluem sanitários e duches frios, não fotografados.



Além destes locais para despejo de sanitas químicas, há outros equipamentos:



Não surpreende por isso que a afluência seja excelente para a época, pois já estamos em Setembro:




Há, é certo, alguns aspectos menos agradáveis, lixo mal arrumado e evidente falta de limpeza. Desmazelo, em suma:



E até um caso aparentemente sem solução, uma vez que a portaria já não funciona. Dado que o vigilante só lá está das 07H00 às 20H00,


o  autocaravanista em cadeira de rodas só se pode aliviar durante o dia?

Excluindo este detalhe, os utentes (para usar o termo técnico mais adequado, quando se fala de serviços públicos) não têm de que se queixar:


Viu bem. "Estadia gratuita". O preço é o mais convidativo possível, para quem estaciona, gasta água da rede, utiliza os esgotos,  usa as instalações sanitárias e os vários equipamentos. Têm muita sorte. Residem alhures e assim alguém paga por eles  Porque, sendo verdade que há ricas câmaras e câmaras ricas, a nossa parece pertencer ao segundo grupo. Reconheça-se, no entanto, uma nítida preocupação com as despesas fixas e permanentes.. De noite não há vigilância, o que permite poupar os subsídios de turno. Sem grande inconveniente, porque em Tomar os amigos do alheio, conforme é do conhecimento geral, nunca trabalham fora do horário da função pública.

Epílogo provisório



A ASAE mandou encerrar o Parque de campismo porque, de acordo com o plano de pormenor para aquela zona, aprovado pela própria autarquia, ali é (ou vai ser) o Parque da cidade e não um parque de campismo. Assim sendo, o que terá levado a senhora presidente (que não é nada eleitoralista) a ceder aos escuteiros uma parte do ex-parque de campismo, para instalarem um "Campo escutista dos templários"? Se não erro, uma das principais actividades dos escuteiros é precisamente o campismo... "de pé descalço", que é como quem diz "de mochila às costas". Vingança antipaivina? Será legal, para a ASAE, em pleno  Parque da cidade?










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