quinta-feira, 28 de setembro de 2017

SONDAGENS COMPARADAS

                                                                       Julho 2017

Setembro 2017

A sondagem que agora terminou foi um sucesso, traduzido num acréscimo de 75 votantes em relação a Julho passado. Esse incremento ficou a dever-se sobretudo ao indiscutível triunfo da CDU, de Bruno Graça, que chegou aos 72 sufrágios = a  25%, contra apenas 17 = a 6%, em Julho passado.
Triunfo igualmente, ainda que mais modesto, para o CDS, de Nuno Ribeiro, com 42 sufrágios, que representam 14%, um pouco mais que os 27 votos e 12%, conseguidos em Julho.
Américo Costa consegue também uma bela surpresa, ao averbar 36 votos, que correspondem a 12% e revelam uma insuspeitada capacidade de mobilização.
O PSD, de José Delgado, chegou aos 23%, mas ficou a 9 votos do total obtido em Julho, com tudo o que isso pode significar, quando pensamos em capacidade mobilizadora.
Por sua vez, o PS de Anabela Freitas obteve praticamente a mesma votação de Julho (menos um voto), o que lhe garantiu uma percentagem de 13%, apenas um por cento acima de Américo Costa, mas também um ponto percentual abaixo do CDS. Demasiado pobre em termos de militância prática.
Finalmente o BE manteve-se na área da insignificância, ao registar apenas 1%, tal com em Julho, apesar de ter inscrito mais dois votos.
Registo para o enorme decréscimo dos votos brancos, que passam de 26 = 12% para apenas 12 = 4%, bem como para a quase ausência de votos nulos. Quanto à abstenção, que baixa de 7% para apenas 4%, embora registando só menos três votos, convirá acrescentar que se está perante uma contradição evidente. Com efeito, por definição, os abstencionistas não participam no escrutínio, sob pena de deixarem de ser abstencionistas, uma vez que participaram. Mesmo não tendo optado por uma candidatura, tal como sucede com quem vota branco. Indicará tudo isto que, ao invés de 2013, vamos ter uma participação superior a 60%?
Perante estes resultados, que evidentemente pouco ou nada significam para domingo, pois tão pouco era essa a intenção da sondagem, é no entanto possível fazer algumas deduções, que não passarão disso mesmo -meras suputações de um cidadão que se considera informado. Elas aqui vão.
1 - A excelente prestação da CDU de Bruno Graça veio confirmar aquilo que já é desde há muito bem conhecido nos meios políticos: Não há como o PCP e aliados para conseguir mobilizar os eleitores, transformando-os em militantes. Significa isto que Bruno Graça vai vencer em Tomar? Para mim é claro que não, salvo surpresa de todo o tamanho. Quer dizer apenas que a CDU vai manter o seu vereador e obter uma votação que poderá ser superior ao dobro da registada em 2013, sem contudo ser suficiente para o 2º vereador.
2 - Os bons resultados aqui alcançados pelo CDS de Nuno Ribeiro e pelo PTP de Américo Costa, abrem-lhes boas perspectivas para um vereador cada, caso venham a ter tradução nas urnas, o que está longe de  garantido. Uma coisa é a Net, outra bem diferente a realidade de quem não tem computador nem Iphone. A maioria.
3 - O resultado do PSD de José Delgado é o que mais se pode vir a aproximar da realidade eleitoral, caso se confirme igualmente o relativo insucesso do PS. Com efeito, embora tendo vencido, se descontarmos os casos dos pequenos, convirá não esquecer que conseguiu menos votos que em Julho, quando o candidato era outro. E isso quererá dizer alguma coisa. Designadamente que pode vencer, porém longe da maioria absoluta.
4 - O PS parece ter sido vítima da usual contradição de quem está no poder. Por um lado consideraram que Tomar a dianteira não tem qualquer importância, por ter pouca influência, devido à sua fraca audiência. Por outro lado, adoptando atitudes pouco socialistas, resolveram não ligar ao voto na sondagem. Caso para perguntar: Se Tomar a dianteira não tem audiência nem influência, e tendo eu já dito e repetido que vou votar PS, o que é que os agasta assim tanto, levando-os a tratar Tomar a dianteira com um misto de condescendência e sobranceria? Gostam mais de carneirice, hipocrisia e culambismo? São alérgicos à crítica honesta?
5 - Resta o BE, um agrupamento de gente simpática, uns mais maoistas, outros mais trotsquistas, outros ainda nem uma coisa nem outra, todos empenhados nas por eles designadas causas fracturantes, que com frequência são acções em defesa dos mais humildes. Os quais muitas vezes nem sequer têm capacidade craniana para perceber o que propõe o Bloco, ou para saber destrinçar entre  sonhos e  realidade. Por isso, no meu entender, nunca deixarão de ser uma minoria, excepto no que concerne às franjas dos maiores centros urbanos, que todavia mais não são que pequenas aglomerações  à escala europeia. Lisboa, a maior urbe tem apenas 550 mil habitantes. Sevilha é apenas a 4ª cidade espanhola, mas tem 660 mil habitantes. A geringonça é por isso uma coisa transitória e dificilmente repetível.
Resta desejar a todos sem excepção, do BE ao CDS, passando pelo improvável PTP, a melhor sorte possível, que é como quem diz, quanto mais votos melhor!

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