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As declarações de Nuno Ribeiro, do CDS, afirmando que vai ganhar, bem como as Bruno Graça, da CDU, apontando como objectivo o segundo vereador, são normais em campanha eleitoral. Podem porém induzir em erro os eleitores. Prova disso é que Templário, um muito experiente militante político tomarense, já prevê a eleição de dois vereadores CDU, quando os dados históricos disponíveis indiciam o oposto.
Procurando, na medida do possível, evitar equívocos por parte dos candidatos e dos eleitores, Tomar a dianteira 3 reuniu num quadro resumo os resultados das autárquicas dos mais pequenos no concelho de Tomar, desde 1976:
RESULTADOS DAS AUTÁRQUICAS NO CONCELHO DE TOMAR
Perante tais dados, torna-se possível avançar as seguintes constatações indesmentíveis, mesmo se bastante inconvenientes para alguns em período eleitoral. A realidade é dura, mas não há outra, nem narrativa que a possa anular.
A - O Bloco de Esquerda é uma pequena formação bastante recente, quando comparada com as outras. Vai a votos pela quinta vez, nunca tendo ultrapassado os 829 sufrágios. Se vier a eleger um vereador será uma enorme surpresa. Em 2013 ficou aquém dos 600 votos.
B - O PTP estreia-se em Tomar com Américo Costa, conhecido militante ecologista. Caso consiga eleger alguém para a Assembleia municipal, já será uma bela vitória. Ficará decerto aquém dos mil votos para o executivo.
C - A época de ouro do CDS terminou em 1989, último escrutínio em que conseguiu um vereador. Desde então os resultados têm sido uma miséria.
D - Ignora-se em que se baseiam Bruno Graça e a CDU para sonhar com um segundo vereador. O passado da CDU é de altos e baixos no concelho de Tomar. Em dentes de serra, para usar uma expressão comum nas bolsas de valores. Com destaque para a surpreendente ascensão de 1997, logo seguida pela espectacular queda registada em 2001. Passar de 5,65% para 20,77% e logo depois para apenas 4,78%, é obra!
E - Se em 1997 a CDU apenas conseguiu eleger um vereador, apesar de ter averbado mais de cinco mil votos, e 21% dos sufrágios expressos, que resultado pensa a CDU conseguir em 2017, para eleger um segundo vereador?
F - Parece pertinente lembrar que a própria eleição de Bruno Graça em 2013 foi afinal, bem vistas as coisas, uma mera questão de sorte, pois a CDU apenas obteve 1.827 votos. Em 1979, com mais votos favoráveis que em 2013 -1.905 contra 1.827- não elegeu nenhum vereador.
G - Para os fins tidos por convenientes, nomeadamente para mostrar que a eleição pela maior de Hondt não é nada favorável aos mais pequenos, eis os resultados de 1997:
PSD 10.916 4 eleitos 43,58%
PS 6.954 2 eleitos 27,76%
CDU 5.203 1 eleito 20,77%
CDS 814 - 3,25%
H - Com todo este histórico, mesmo considerando que "águas passadas já não movem moinhos", será preciso fazer um desenho, para mostrar que o segundo vereador CDU não passa de uma miragem? Que mesmo o primeiro não são favas contadas?
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