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Um dia destes, alguém usando nome suposto com aparência de verdadeiro, mandou um comentário exaltado aqui para o Tomar a dianteira. Nele manifestava a sua indignação por se ter insistido na necessidade imperiosa de os candidatos apresentarem cada qual o seu programa, quando afinal o autor destas linhas veio depois admitir que em 1 de Outubro vota socialista por sentimentalismo. Compreende-se o descontentamento da criatura, que apoia outra candidatura e nunca foi um primor de democrata. Sucede contudo que, ao dizer que voto por sentimentalismo, estou tão só a lamentar que desgraçadamente não haja qualquer escolha real entre os seis candidatos. São todos pessoas honradas, honestas, inteligentes, competentes e bem intencionadas. Mas nenhum tem, na minha pobre opinião, aquele fulgor, aquela paixão, aquela vontade de acertar, que caracterizam os grandes políticos. Há, em certo sentido, uma excepção -Bruno Graça, cuja entrega à causa pública e cujas capacidades são sobejamente conhecidas. Infelizmente, o modelo de sociedade que ele procura implementar não é aquele que eu desejo, e já não tenho idade para "compagnon de route". De resto, bem vistas as coisas, a CDU tem tantas hipóteses de vencer as autárquicas em Tomar como eu de vir a ser cardeal. Donde resulta que, em certo sentido, os votos na CDU, como em qualquer outra pequena formação local, são votos de consolação ou votos perdidos. Animam os militantes e simpatizantes, em conjunto com a conhecida "música" dos amanhãs que cantam, porém não contam efectivamente. A não ser para eleger um vereador, como vem sucedendo desde 74, com algumas interrupções.
Quanto aos restantes cinco concorrentes, procurando evitar uma prosa demasiado alongada, fico-me por um deles. Assim de forma indefinida, posto que a todos desejo boa sorte e muitos votos, o que implica não os atacar nominalmente. Somos todos tomarenses e por isso boa gente, como dizia o António Cartaxo da Fonseca.
Durante um dos dois recentes debates gémeos, falando de forma fortuita sobre turismo, alguém disse esta coisa extraordinária (cito de cor, portanto de forma aproximada): -"Temos de escolher se queremos turistas de excursão, desses que vão ao Convento e partem, ou turistas daqueles que ficam duas noites ou mais." Santa ignorância! Em matéria de turismo, como bem sabem os profissionais competentes e os estudiosos da matéria, ninguém está em posição de escolher seja o que for. Excepto os próprios viajantes. Por conseguinte, a afirmação supra não passa de uma falácia intrujona, para tentar embarrilar eleitores.
O que as autarquias podem e devem fazer é criar infraestruturas de acolhimento que possam contribuir em simultâneo para agradar aos turistas e levá-los a consumir mais cá na terra, ao mesmo tempo que satisfazem o bairrismo dos residentes mais conscientes. Mas isso, as sucessivas câmaras tomarenses já demonstraram não saber nem querer aprender como se faz. Falta quase tudo em matéria de acolhimento, designadamente organização, planeamento, estacionamento, sinalização, informação competente e instalações sanitárias. Quando mesmo assim se consegue episodicamente atrair algumas dezenas de milhares de forasteiros, deixam-nos ir embora sem beneficiar de forma plena com a sua curta estada, uma vez que nada cobram, além de alguns lugares de estacionamento. Assim sendo, qual o interesse de semelhantes eventos? Promover Tomar? Mas promover o quê e para quê? Vamos continuar a insistir nas políticas municipais seguidas até agora, as quais se assemelham à antiga agricultura, que era a arte de empobrecer alegremente? Faz algum sentido nos tempos que correm que a Festa dos tabuleiros custe cerca de 300 mil euros aos cofres da autarquia, que foi quanto custou a última edição? Não seria melhor planear e aplicar outro modelo organizativo, susceptível de facultar entre um e dois milhões de euros de receitas? É muito complicado? Pois é! Mas aguardam o quê? A descoberta de nova árvore das patacas, que venha desempenhar o papel da antiga guarnição militar?
Ganhem mas é juízo! E mudem de óculos ideológicos, caso tenham consciência do que isso seja.
Desejo a todos uma boa campanha eleitoral e óptimos resultados, apesar de tudo. Amém!
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