sábado, 3 de setembro de 2016

Suputações tomareiras de Verão

Mário Cobra

Reconhecido pelo recente alvitre para eventual autor do texto da farsa "o calvário do executivo templário e dos eleitores templeiros" (com letra pequena, numa terra pequena, com gente pequena), ocorrem-me as seguintes achegas para cenas putativas:
A - O Fatias de Cá já levou aos palcos "Sonho de uma noite de verão" Sugere-se agora a versão burlesca "Pesadelo de uma agonia nabantina".
B - O papel mais difícil de definir será o desempenhado pelo vereador CDU, Bruno Graça. Mera caixa de velocidades da desconchavada "carreta" (a fazer pensar no funeral da cidade e do concelho, para o qual já faltou mais...), em que já só funcionam a marcha atrás e o ponto morto?
Dos outros vereadores ainda se entendem os respectivos e tristes papéis, tendo em conta os correspondentes vencimentos e/ou gratificações como figurantes. Mas outro tanto não acontece com o eleito CDU, que se assume como actor amador em termos remuneratórios. Se o problema dele é como ocupar o tempo, alvitra-se a sua transferência para o Fatias de Cá. Onde de resto já actua com bastante êxito um eventual futuro candidato laranja.
C - O fio condutor da rábula poderá ser o burlesco óbvio de o executivo municipal ter confundido no seu guião (programa eleitoral) "evoluir" com "proibir". Exemplo: Na zona histórica, em vez da evolução, avulta a proibição -os pilaretes. Além de ter optado por sucessivos monólogos em vez de diálogos francos.
D - Caso Carlos Carvalheiro aceite encenar a coisa, aventa-se desde já que recorra previamente à assessoria de  um gabinete de psicólogos. Talvez até de psiquiatras, porque o Serviço Nacional de Saúde Mental não reconhece os psicólogos, dado não poderem prescrever medicação. Ou talvez que, ó eleitores!, no caso do actual executivo, já nem os genéricos resultem. Só mesmo tratamento alternativo.
E - Tendo em conta a recente e intempestiva saída de cena a tempo inteiro do actor Rui Serrano, ignora-se por enquanto se pela direita alta, se pela esquerda baixa, julga-se útil informar o leitor que pelo centro da cena normalmente só saem os que inadvertidamente caem do palco. Dito isto, ocorre-me como título de filme "Vereador em fuga bate sempre duas vezes com a porta". Nesta fase do folhetim, o dito vereador contesta em especial a falta de qualidade da actual protagonista para desempenhar o papel de presidente. Porque não indica alternativas? Talvez a Glenn Close de "Ligações perigosas" e "Atracção fatal"? (Não se indicam actrizes portuguesas, mesmo de telenovela, porque, no actual estado do país são bem capazes de aceitar um papel autárquico, ainda que pífio, desde que bem remunerado...)
F - Por impossibilidade prática de participar em termos de escrita assídua no folhetim "Mal-vindos a Tomar", em especial porque a "Opinião" está de férias, formulo ao Tomar a dianteira votos de continuidade na sua incómoda função de inconformado com o actual desleixo autárquico. Em termos de leitorado, basta frisar que o Correio da Manhã edita 112 mil exemplares diários, enquanto o Público não passa dos 18 mil. Aí está o país que temos. Aí está o concelho que não temos.
G - Quando refiro que a "Opinião" está de férias, posso concretizar que o expectável "Tomar opinião" está na praia. Que pensa o Tomar opinião sobre a entrega dos pelouros por parte do vereador Serrano? Não se sabe. O blogue está a banhos salgados. Na sorna. De resto, mesmo se não estivesse de férias, os seus estatutos fundadores não prevêem dedicar-se a essas diatribes da politiquice caseira. Optam antes pelos temas de incidência universal. Do zero ao infinito, sem nenhum escalão intermédio. Donde se pode deduzir que, em política e comentário, quem quer ir longe não deve emitir opiniões. Sabe-se, por exemplo, que o PSD Tomar exige eleições autárquicas já. Não se sabe o que o PSD Tomar, ou os hipotéticos futuros candidatos pensam/opinam sobre temas do tipo "Como bem receber os visitantes?"
H - Ficou a saber-se a seu tempo e por exemplo, a estratégia de António Paiva. Optou pelo turismo de elite em detrimento do turismo de pé descalço. Daí que tenha mandado encerrar o Parque de campismo, demolir o parque de merendas e construir quatro campos de ténis, cuja utilidade tem sido evidente desde então. Mas continuam os eleitores sem saber onde e como tenciona o futuro presidente da autarquia captar verbas sem recorrer ao saque no estacionamento pago.
I - Dos actuais supostos candidatos a candidatos sabe-se apenas que esperam vencer as eleições por antes terem vencido as oposições internas sempre ávidas, baseando-se todos em exclusivo no grande conceito estratégico que dá pelo nome de senhora inércia. De resto, faltam opiniões e propostas sobre um concelho onde a indústria definhou, o comércio agoniza e nos serviços salvam-se apenas o veraneio das esplanadas e a restauração da baixa citadina. A restauração da comida. Não a dos imóveis, que bem precisam. Mesmo alguns da autarquia.
J - De tudo isto e o mais que não me ocorreu ao bestunto, junto seguem em termos de rábula teatral algumas propostas de resolução dos inquinados e, pelos vistos, insolúveis problemas autárquicos:
1 - Venda do concelho aos chineses, uma vez que eles compram tudo.
2 - Entrega de metade do concelho a Ourém e outra metade a Ferreira do Zêzere.
3 - Caso Ourém e Ferreira recusem, o que é provável, procurar outros interessados.
4 - Mesmo de tendência iconoclasta, arrisco ainda  a hipótese de convite ao Papa Francisco para cabeça de lista nas próximas autárquicas. Se aceitar, vencerá sem qualquer dificuldade e com larguíssima maioria, pois todos sabemos que só mesmo um milagre pode evitar a derrocada deste circo tomarense. E aí, a não ser Nossa Senhora de Fátima ou Santa Iria, que não são deste mundo baixo, quem mais a não ser o jesuíta Francisco?

Texto editado por Tomar a dianteira.
                         

1 comentário:

  1. Gostei do post do senhor Mário Cobra.

    Estas atitudes de entrar em conflito com o/a Presidente (que por acaso... é do seu partido) são recorrentes na política portuguesa quando cheira a novas eleições. São manobras gastas, desajustadas do que deve ser o poder local. Vamos a ver…. e, invariavelmente, não passam de artimanhas por ganância pessoal. Não sei para o que servem os órgãos locais (e regionais) dos partidos, sítio apropriado para resolver eventuais conflitos. E, depois, esta atitude recorrente: estou chateado, não concordo com a orientação, tomem lá os pelouros, mas continuo aqui, o mais certo ao lado da oposição, por respeito aos que me elegeram... Tretas! O partido confecionou uma grupagem, onde entraram diferentes pesos, dimensões, densidades e naturezas e o povo vota, na maioria dos casos, na sigla partidária, naquela unidade- naquele contentor. Esquecer isto é viver uma realidade virtual.
    A decisão correta a tomar é pôr o seu lugar à disposição do partido. Não atrapalhar. Cá fora, e dentro do partido, desenvolva então os seus argumentos, a sua causa política.
    É isso que aconselho ao Sr. Serrano, que não tenho o prazer de conhecer.
    Apresente a sua demissão de vereador na próxima segunda feira de manhã.

    ResponderEliminar