Dez dias passados sobre o gesto de protesto do vereador Rui Serrano, de longe o acontecimento político mais importante dos últimos tempos nesta terra demasiado pacata, já são conhecidos quatro comentários: o de Tomar a dianteira, o do PSD, o da CDU, e agora o de Sérgio Martins, no Templário de ontem, que publicamos a seguir. Havemos de convir que é pouco. Uma miséria mesmo. Mas os tomarenses sempre foram assim.
No campo dos políticos em exercício, o PSD praticamente limitou-se a exigir eleições antecipadas e a CDU a dizer que se trata de um problema interno do PS. O trivial. Nem o próprio PS, nem os IpT tiveram ainda habilidade, tempo ou julgaram oportuno difundir as suas posições. O que mostra bem o preocupante estado a que isto chegou, aqui pelas margens do Nabão. Já se sabia, mas mesmo assim a confirmação dói na alma.
No seu estilo habitual e numa escrita cuidada de muito bom nível, coisa raríssima por estas bandas, Sérgio Martins levanta uma hipótese que, a confirmar-se, pode vir a alterar muita coisa: "O modo da carta é demolidor, o tempo é surpreendente -na véspera da Presidenta ir de férias, o que dificulta a resposta da visada. A Presidenta e o Partido Socialista foram bloqueados perante uma táctica bem delineada."
Noutro passo, assinala em tom preocupado que "Tomar é um desafio para o PSD", posição a ter em conta por vir de um militante laranja, indiciando assim complexas dificuldades internas, quase todas provenientes da recusa em aceitar as coisas como elas são. A realidade afinal, que é sempre obstinada.
Formula também uma pergunta de cuja resposta depende muito do futuro político do PS Tomar e da actual coligação: "A renúncia do vereador está relacionada com os problemas das Residências assistidas da Misericórdia?"
O melhor é mesmo ler a cuidada análise de Sérgio Martins, assaz longa mas largamente compensadora:
Tomar do desespero
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