domingo, 25 de setembro de 2016

PS Tomar: Nova travessia do deserto prevista para Outubro 2017


Camelos na travessia do deserto. Os de quatro patas são também designados como bestas de carga, pois é essa a sua principal utilidade. Os outros, por vezes, nem para isso servem...

É uma velha e gasta frase feita, essa segundo a qual a história nunca se repete. Isto porque o passado nos ensina que, quando à primeira  vista a história se repete, aprofundando concluímos que, no fim de contas, não houve bem repetição. Se da primeira vez foi um drama, na seguinte já foi uma comédia. E vice-versa.
Decerto alheio a semelhante tipo de raciocínio, Confúcio, lá do seu extremo-oriente e laureado pela patine dos séculos, aconselha olhar para o passado  como forma de entender o futuro. Seguindo tão ilustre e abalizado conselho, fui revisitar os anos 90 do século passado e o que se seguiu.
Embora o contexto seja diferente, Luís Ferreira acaba de repetir agora o seu gesto desses tempos idos. Por volta de 1996, se não erro, resolveu manter-se na Assembleia Municipal, mas incompatibilizou-se com Pedro Marques, presidente independente pelo PS, já no seu segundo mandato, para o qual conseguira 12.929 votos = 4 eleitos. Só quatro eleitos, apesar da excelente votação, porque o PSD também conseguira um óptimo resultado: 8040 votos = 3 eleitos. Todas as outras formações ficaram  fora do executivo. Rosas e laranjas puderam então cantarolar alegremente e durante quatro anos o conhecida música "Só nós dois é que sabemos".
Por causa dessa incompatibilidade tipo birra, protagonizada por Ferreira e Pedro Marques, o PS veio a atravessar a seguir um deserto de 16 longos anos, sempre com resultados inferiores a 50% do de 1993, excepto em 1997. Foi então o longo e infeliz reinado laranja. Com os grandes sucessos eleitorais de Paiva, mas igualmente com os tristes resultados no terreno, conhecidos de todos. 
16 anos mais tarde, em 2013, os socialistas lá conseguiram regressar ao poder, porém com uma votação miserável de apenas  5479 votos, contra 5198 do PSD, apesar de dramaticamente queimado por quatro mandatos consecutivos de mau desempenho. O que mostra bem o enorme degaste sofrido pelos políticos medíocres. Tanto os do poder como os da oposição.
Dirão os habituais treinadores de bancada, que sucedeu assim porque o PS não recandidatou Pedro Marques em 1997, devido à já referida quezília com Luís Ferreira. Porque se tem recandidatado... Creio que estão equivocados. A vitória não era certa.  Na verdade, Pedro Marques recandidatou-se em 2005, tendo obtido apenas 4.949 votos. Bem menos de metade dos averbados em 1993. E em 2013, 20 anos depois da encorpada vitória socialista/pedrista, a contagem foi ainda mais decepcionante para ele: apenas uns magros 3094 sufrágios. A evidenciar que, sem apoio partidário...
Perante isto, salvo manifesta inépcia dos laranjas locais, resta aconselhar Anabela Freitas e seus companheiros de luta a comprarem desde já vestuário sahariano. Nesta altura, tudo indica que a partir de Outubro de 2017 vão ter de iniciar uma nova e longa travessia do deserto. Com a ajuda desta nova birra de Luís Ferreira, é verdade. O manobrador-mor local aceita mal ser manobrado e resolveu passar ao ataque. Decerto apoiado naquela frase segundo a qual "a melhor defesa é um bom ataque". Adivinha-se o resultado adverso para o PS. Mas não será ele o único culpado. Como em tudo na vida, a habilidade, o desempenho, as circunstâncias, também contam muito... Ó se contam!

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