segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Políticos vigaristas

É uma das tristes constatações que confirmei durante o recente circuito turístico. Somos em geral governados por políticos vigaristas. Não refiro só aqueles que se aproveitam dos cargos para encher os bolsos, mas também e sobretudo os que deliberadamente vão enganando os eleitores com o conto do vigário. Prometendo coisas que nem sequer tencionam começar, quanto mais agora concluir.
Dirá quem isto ler que, nesse sentido, todos os políticos são vigaristas. É verdade. Desde que se tenha em conta a velha máxima de Orwell, segundo a qual somos todos iguais, mas alguns são mais iguais que outros. Exactamente o caso dos políticos. São todos vígaristas, porém alguns mais vigaristas  que outros.
Aqui em Tomar, tem sido a desgraça que todos conhecemos. Em 43 anos de democracia, tudo tem ido sempre pelo melhor na área da governação municipal, com os tomarenses embalados por belas promessas. Até se lhes prometeu em tempos um parque temático. Apesar disso, a situação é cada vez pior. Basta pensar que a população continua a diminuir. Por alguma razão será. Quem está bem, não se muda.
Sempre disse que a principal causa da crise tomarense é a evidente falta de estruturas de acolhimento, tanto para investidores, como para novos residentes ou turistas. Apesar de sucessivos alertas, os senhores autarcas continuam a embandeirar em arco, sobretudo agora com o considerável aumento do turismo estrangeiro, motivado por causas com as quais nada têm a ver.
Digo isto porque, para haver vontade de investir, de se fixar, ou de visitar, são indispensáveis infra-estruturas à altura. Coisa que em Tomar continua a ser rara ou mesmo inexistente. Nalguns casos até regredimos, andámos para trás como os caranguejos. O que impede o desenvolvimento. 
Havia um estádio, acabaram com ele. Havia um parque de campismo, acabaram com ele. Havia um parque de merendas junto ao estádio, acabaram com ele. Havia sanitários no Mouchão, acabaram com eles. Havia estacionamento para autocarros na Várzea Pequena, acabaram com ele. 
Apesar disso, é claro que os senhores eleitos e os senhores funcionários superiores seus acólitos vão garantir, mais uma vez, que estou a exagerar. Implicitamente que o vigarista sou eu. Será mesmo assim?
Para não cansar demasiado o leitor, começo pelo princípio, conforme diria o secretário do senhor de La Palisse. Como estamos de estruturas de acolhimento turístico a nível nacional, no que concerne ao transporte aéreo, principal fonte de visitantes estrangeiros?



Teve paciência para ler atentamente as duas notícias? Não lhe escapou nenhum detalhe? Então agora tenha a bondade de ler (ou reler) do lado esquerdo, em letras pequenas, logo a seguir a cada um dos títulos.
Já está? Pois é! A primeira notícia é de 2006. A outra é do mês passado. O que significa que, após onze anos de conversa fiada e montes de notícias, em grande parte do tipo conto do vigário, nem na capital conseguimos ainda sair da cepa torta. Exactamente como em Tomar. Mas isso fica para a próxima prosa.





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