quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A asneira de um leão incapaz de se tornar herbívoro

Abordei no texto anterior a questão das recentes adesões às listas do PS tomarense. Usei uma frase dizendo que desconhecia leões herbívoros, para dar a entender que, sobretudo na política, as pessoas nunca mudam de facto. Embora possam proclamar o contrário com veemência. Mesmo a propósito, o LE MONDE online de ontem (que não é propriamente o nosso Correio da Manhã), relata o caso de um cidadão francês que, num mercado da região parisiense, resolveu agredir uma deputada do partido do presidente Macron, quando esta distribuía propaganda eleitoral para as próximas eleições senatoriais.
A notícia, que os francófonos podem ler aqui, é bastante extensa, pelo que me limitei a traduzir apenas as partes que me pareceram mais significativas:

"O sexagenário, afinador de máquinas reformado, que foi delegado sindical da CGT [equivalente à CGTP] e militante do Partido Comunista Francês, admitiu ter esbofeteado a deputada, reconhecendo que foi "uma asneira". "Essa senhora [Laurianne Rossi, deputada do partido de Macron, que distribuía propaganda eleitoral num mercado da região parisiense], tomou-me por um atrasado. Disse-lhe que Macron era só marketing de Hollande, de Sarkozy e do MEDEF [organismo patronal francês], e que controlava a informação. Largou-se a rir, tomando-me por um idiota", explicou o arguido, acrescentando que não sabia que ela era deputada.

Foto alusiva

A sua advogada, Amandine Pontiers, contestou que a vítima possa ser considerada como "pessoa encarregada de uma missão de serviço público", circunstância agravante avançada pela acusação, uma vez que o arguido ignorava que ela era deputada. Lamentou a seguir que o processo tenha assumido proporções exageradas.
"O gesto ultrapassou o meu pensamento, mas pedi logo desculpa", declarou o agressor. "Foi por isso que resolveu fugir?" perguntou em tom irónico o juiz presidente, citando várias testemunhas.
O agressor acabou por ser perseguido e detido por vários populares, antes da chegada das autoridades."
Foi condenado a seis meses de prisão, dos quais cinco com pena suspensa, sendo imediatamente conduzido à prisão, onde ficará durante o mês a que foi condenado. 

Pois é. Realmente a França fica a dois mil quilómetros daqui e os franceses são diferentes de nós. Mas entre a grande planície parisiense e a cova tomarense também há muitas coisas semelhantes. E que nunca mudam. Sobretudo na área política. Onde continuam por explicar em detalhe nomeadamente os afastamentos de Ferreira e Serrano. Sobretudo o deste último.

2 comentários:

  1. Com que então os "quatro ex-CDU, dois dos quais encartados no PCP" são comparáveis ao "cidadão francês que, num mercado da região parisiense, resolveu agredir uma deputada do partido do presidente Macron, quando esta distribuía propaganda eleitoral para as próximas eleições senatoriais"?!. Arre Xiça, que o Dr. Rebelo tem uma magnífica opinião sobre estes tais quatro ex-CDU/PCP que descobriu na lista do PS para a Assembleia Municipal!!!
    Com amigos destes os tais nem precisam de inimigos. Podem continuar a dar injecções atrás da orelha dos velhotes e a comer criancinhas à vontade até se saciarem!!!!
    Tarrenego satanás!
    Vade retro!!!!
    Diabo os carregue!!!! Prá fogueira do inferno!!!
    E que tal propor publicamente a retirada da capacidade para serem eleitos e até para votar a estes diabos vermelhos infiltrados na rosa!!!
    São perigosos!!!!!!
    Vai lá vai!!!! Fujam deles!!!!!!

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  2. Agradeço os seus comentários, que animam e enriquecem o blogue. Mas também ficaria grato caso resolvesse equilibrar um bocadinho a sua prosa. Veja bem.
    Anteriormente pediu nomes. Enganou-se. Nunca dei nomes. Agora também já estou velho para ir por aí.
    Desta feita vem com a história dos "comparáveis". Como é bem sabido, a interpretação é livre mas os factos são sagrados. No caso, não comparei. Limitei-me a traduzir e publicar uma ocorrência francesa, difundida por um jornal sério e de referência.
    Naturalmente, tal como não amalgamo o caso relatado com todos os ex- militantes sindicais da CGT e do PCF, também não confundo o mesmo com todos os novos inscritos na lista do PS. São coisas que podem acontecer. Não significa que venham mesmo a acontecer. Muito menos com todos. É portanto abusiva e provocatória a sua conclusão apressada. O que me leva a solicitar-lhe uma vez mais alguma moderação nos seus escritos. Por favor, não me atribua coisas que não escrevi e são apenas deduções suas.

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