terça-feira, 29 de agosto de 2017

Há biólogos muito oportunos

Citado pelo Tomar na rede, o biólogo Nuno Curado, avança com explicações a que, julgo eu, ainda ninguém tinha chegado. Esta, por exemplo: As algas "estão lá sobretudo porque o Nabão tem pouco caudal e a água está quase parada." É verdade! A mim, que pouco ou nada percebo de biologia, o contrário é que me surpreenderia. Não conheço nenhum curso de água com pouco caudal e muita corrente, ou vice-versa. Nem proliferação de algas em rios com forte corrente. Ou em albufeiras de águas paradas, porém profundas.


Aspecto do Rio Valira, em Andorra a Velha. Com as margens regularizadas a betão, o fundo coberto a cimento e bastante corrente durante todo o ano, naturalmente não tem algas ou qualquer outra vegetação. Uns selvagens os habitantes de Andorra, na óptica do ilustre biólogo, uma vez que deviam ter poupado alguma flora fluvial.

Mas diz mais, o nosso especialista: "É importante perceber o que está no rio, pois nem tudo são algas ou limos, nem tudo é para limpar." Admirável! Não vá alguém confundir algas com seixos ou com carpas, para não falar dos patos ou das ratazanas.
Tanto mais que confessa estar triste porque "só entendemos a natureza no meio urbano de modo artificial, com constantes intervenções." Uma cambada de grunhos, é o que parecemos ser na opinião implícita do ilustre académico.
Conclusão lógica, deixem estar o que está. Aceitem o Nabão como se apresenta. Respeitem o que é típico. Aparecimento de mosquitos perigosos? Fermentações de algas, que podem originar cianobactérias, como já acontece na bacia do rio Loire, em França? Mau aspecto e maus cheiros?
Tudo coisas praticamente sem importância. Pelo menos até que aconteça algum acidente sanitário trágico.
Há biólogos muito oportunos. E politicamente úteis.

1 comentário:

  1. Juro que só quero ajudar...
    Às vezes dá-se o caso de nos ribeiros/riachos (rios pequenos) a pouca água, um fio de água,onde também há algas, movimentar-se na pirisga. Depende da orografia do terreno. Li algures... que as algas funcionam como esponjas para limpar a sujidade dos rios. Digo eu que não pesco nada de hidrografia e orografia.

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