Somos todos a mesma gente = Tomarenses. Melhor dizendo: tomarenses, tomarudos, tomareiros e tomaristas. Uns de nascimento, outros só de residência, outros ainda, a maior parte, de ambos. Não adianta por isso andarmos constantemente às turras ou amuar. Mas é justamente nisso que somos bons. Ia a escrever imbatíveis. Para quê?
Tomemos o caso deste blogue. Dizem-me que muitos leitores não gostam. Estão no seu direito. E têm bom remédio -deixar de ler. Porque na realidade trata-se de mais um mal entendido nabantino. Aqueles tomarenses que fazem o favor de me ler, (pois é assim que eles vêem a coisa) simulam não entender o que contudo lhes foi aqui dito logo no início. Como devia ser sabido, mas não sei se é, até os clubes de futebol não jogam para agradar aos espectadores. Nem mesmo aos respectivos sócios e adeptos. Jogam para ganhar. Se também conseguem agradar, pois tanto melhor. Mas não é esse o objectivo fulcral.
Exactamente o que acontece com TAD-3. Conforme escrevi logo na apresentação, em Novembro passado, recomecei exclusivamente para despejar a cabeça. Trata-se portanto apenas e só de uma acção terapêutica, que me evita os usuais medicamentos da especialidade. Se além de cumprir essa função, aquilo que escrevo também agrada às pessoas que têm a pachorra de ler, pois tanto melhor. Fico mais sossegado. Mas nunca deixei de dormir por me criticarem. Mesmo injustamente, como vem sendo o caso. Afinal, somos todos a mesma gente. Julgo portanto conhecer assaz bem o chão que piso. Já por aqui ando há sete décadas. É muito tempo!
Outro exemplo é o da dialética eleitores/eleitos. Os sentados nas cadeiras do poder e bem pagos por isso, detestam que os critiquem. São demasiado susceptíveis, comichosos, por nítida falta de calo democrático. Situação tanto mais incómoda para a população, quanto é certo que estão a governar mal. Terão decerto muitas qualidades, não duvido. Porém, conforme está à vista de todos, como governantes não prestam. Não cumprem com um mínimo de qualidade as funções a que se candidataram livremente e para as quais foram eleitos. E isto não é nenhuma opinião avulsa. É uma simples constatação. Isto quanto aos eleitos.
Quanto aos eleitores, o problema é praticamente idêntico mutatis mutandis, (que usar uma expressão latina fica sempre bem, passa-se por pessoa culta...) Os tomarenses todos juntos, enfim aqueles que votam, que são pouco mais de metade, também serão pessoas cheias de qualidades. Bons pais, bons vizinhos, bons funcionários, bons amigos... Não duvido nem por um instante. Mas desgraçadamente, sou forçado a constatar que não são bons cidadãos. Se calhar porque não sabem, falham redondamente, ao não cumprirem os seus deveres de cidadania. Limitam-se a mandar umas bocas de circunstância, mas depois nada fazem para tentar mudar aquilo que consideram estar mal. É uma pena, mas é assim. Por isso estamos tão bem.
Concluindo por agora, somos todos a mesma gente, para o melhor e para o pior. Ou, se preferem a voz do povo: "Deus quando faz uma panela, faz sempre também uma tampa para ela". Ora toma!
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