A minoria informada conhece bem a triste e preocupante realidade. Pagamos a electricidade mais cara da Europa, o gás mais caro da Europa e os combustíveis rodoviários mais caros da Europa. Temos das mais elevadas taxas de impostos directos e indirectos da Europa. Até a água é das mais caras da Europa e a de Tomar das mais caras do país. O mesmo acontece com o IMI.
Mesmo assim, apesar dos eleitores pagantes forçados, praticamente espremidos até ao tutano, quase todas as autarquias estão afogadas em dívidas monstruosas, que não se vislumbra como possam vir a pagar. E o governo central não tarda estará de novo a cumprir um plano de austeridade imposto por Bruxelas, visto que a dívida pública está já nos 137% do PIB. Pior só a Grécia, que como se sabe é um caso perdido, um país inviável, já a viver de esmolas externas e com um governo que se considera de extrema esquerda...
Neste angustiante contexto, a mais recente reunião daquilo que é oficialmente designado por Assembleia municipal de Tomar, mas na prática não passa afinal de um conjunto de inúteis, quase sempre inertes ou pelo menos inoperantes, teve como sempre contornos caricatos. Li na página Net da Rádio Hertz que foi abordado o problema dos transportes urbanos, mais conhecidos por TUT, mas que, digo eu, estão bem longe de custar só tuta e meia. Se não erro, tiverem um prejuízo a rondar os 300 mil euros em 2014, mais 125 mil em 2015. Mais concretamente, no ano passado os bilhetes e passes vendidos totalizaram apenas pouco mais de 90 mil euros, o que significa que não cobriram sequer metade dos custos.
Apesar de tão sombria realidade, imperou mais uma vez o maioritário silêncio no salão nobre dos Paços do Concelho. Situação inevitável, dado que a maioria dos pomposamente chamados deputados municipais é incapaz de alinhar meia dúzia de frases de produção própria. O que implica que não estão habituados a raciocinar, pois a carência de capacidade oratória traduz isso mesmo.
Escapam aqueles eleitos que são profissionais do foro e pouco mais. Foi justamente um destes representantes-advogados que ousou comentar o bicudo problema dos TUT. Bicudo porque a sua solução me parece simples, como se está mesmo a ver. Como bem diz o povo, morto Cristo, acabou-se a paixão. Neste caso, acabando com os onerosos transportes urbanos, que apenas servem uma ínfima minoria, a qual viveu muitos anos sem eles e nem por isso faleceu, acaba-se também com os inerentes e inevitáveis prejuízos.
Há porém a outra vertente, muito delicada em termos políticos: Quem ousará acabar com os TUT e suportar depois as respectivas consequências eleitorais? Isto apesar de os utentes daquele serviço não ultrapassarem muito provavelmente uma centena, posto que 90 mil euros anuais a dividir por 365 dias, dá a receita diária fabulosa de 247 euros. Mesmo assim, foi decerto a pensar neste aspecto que o IpT João Simões ousou intervir. Referiu achar excessivos os prejuízos registados até agora, reconheceu que se trata de um serviço social, mas acrescentou que apesar disso algo tem de ser feito no sentido de solucionar o problema. Por outras palavras, ficou-se pelas conveniências. Não apontou sequer um rumo a seguir. O que mostra bem a atmosfera reinante. Se até os que sabem falar se coibem...
Face a tudo isto, dirão os usuais ignorantes optimistas -a esmagadora maioria- que mesmo assim vamos vivendo. Pois vamos. Mas até quando? E como?
Caro Dr. António Rebelo,
ResponderEliminarEstou lhe a escrever estas palavras, pois estou indignado com os Srs do Blog Thomar Opinião.
Aquilo é um Blog com tiques Ditatoriais, pelo que remeto o email que lhe enviei em tom de comentário a um post do António Pedro Costa intitulado "Para onde Vamos".
O rapaz não deve de ir para lado nenhum a não ser andar aí aos caídos e com uma espécie de emprego a roçar o Tacho cobrado por um familiar seu. Por aqui me fico, pois para quem se diz ter andado a estudar para politico... Explica muita coisa e a categoria de alguns políticos de hoje. Veja se por exemplo os Deputados Municipais que temos e alguns dos seus discursos... Coisas aberrantes e desatualizadas.
Aqui vai.
Caro António,
Antes de mais faz bem em escrever algumas parcas palavras, no entanto, tem de ter mais atenção com a relação entre o tema que selecionou e o que escreveu.
A saber, já que deu umas “pinceladas” em determinadas reformas, nomeadamente nas reformas providas por Mouzinho da Silveira (julgo eu) e depois faz um hiato para o final dos Governos Civis, esquecendo-se do final de inúmeras freguesias, tema este que deveria ser por si mais aprofundado, pois tem tempo e paciência para se debruçar sobre o tema.
Depois fala dos Distritos e das Comunidades Intermunicipais.
E as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional? Fugiram? E já agora, “O caso de Tomar, que pertence a uma Comunidade Municipal do Médio Tejo”, que Comunidade é esta? É alguma Comunidade Maçônica?
De seguida, passamos do “Entroncamento para baixo” e mistura as acessibilidades com vias de comunicação, o que não é bem a mesma “coisa” e hospitais com a zona industrial! Que grande mistura para falar na centralidade de Tomar.
Caro António, do meu ponto de vista tem razão nalguns aspetos, mas tem de ressalvar uma situação. Tomar enquanto polo de atratividade, foi-se auto mutilando durante os tempos, a sua “Elite”, da qual o menino parece querer fazer parte, foi a Coveira da Cidade, nunca tendo lutado, por uma verdadeira passagem dos caminhos de ferro em detrimento do Ramal, a tal “Elite”, deveria ter lutado junto dos governos do Prof. Cavaco, para que a A1 passasse por Tomar e não se cometesse o atentando que se fez na Serra dos Candeeiros.
As reformas não acontecem por via de consensos administrativos, acontecem por vontade e determinação em favor da população, tendo em conta as poupanças que se podem alcançar e a eficiência da administração pública.
Repensar como se ganha influência é com mais trabalho e com menos jogos políticos.
Da próxima vez, mostre-nos caminhos alternativos e não uma mão cheia de intenções de nada.
Pense nisso e agradeço a publicação no V/Blogue.
João Faria
Cumprindo o prometido, Tomar a dianteira - 3 publica o comentário supra uma vez que o seu autor se identifica devidamente.
ResponderEliminar