Nem lhe reproduzo a foto, que ele anda aí. Todo espampanante com as suas cores garridas, tipo novo-rico, e as suas fotos monumentais. Tudo acompanhado pela legenda Tomar - Cidade templária. Como se semelhante exibicionismo bacoco e doentio tivesse alguma coisa a ver com o espírito templário. Pobres criaturas autoras de semelhante ideia!
Falo do autocarro conhecido como "da câmara", mas na realidade da maioria que reina no executivo e só enquanto reina. (E vai reinando com os eleitores...) Salvo os ditos cujos, ninguém sabe bem para que serve ou qual a sua utilidade para a comunidade em geral. Porque, ou muito me engano, ou nem sequer há um normativo aprovado e publicitado para a sua utilização. O que quer dizer que, quem tem amigos tem autocarro à custa dos contribuintes, quem não tem amigos, aluga na agência de viagens mais próxima.
Será isto justo? Aparentemente nesta terra é, uma vez que ninguém se queixa, ninguém protesta. Nem mesmo os industriais de transporte de passageiros, que são largamente prejudicados com a coisa, dado que se trata de concorrência desleal, praticada por quem vive das contribuições e impostos que todos pagamos com língua de palmo. Ou seja, enquanto os citados industriais alugam os seus autocarros ao preço normal do mercado e liquidam as suas obrigações fiscais (Que remédio!!!), a tal maioria circunstancial do executivo empresta grátis e não paga impostos enquanto tal. Quero dizer como industrial de transporte de passageiros.
Já sei! Vão argumentar que só emprestam para as crianças das escolas do primeiro ciclo e blábláblá, e blábláblá. Primeiro que nada, convém dizer que é redondamente falso. Emprestam conforme calha e a quem calha. Desde que seja amigo e da cor, bem entendido. Com outra maioria até já fui a Lisboa e vim com mais 8 comparsas no antecessor deste autocarro. Nove passageiros mais o acompanhante num autocarro de 55 lugares...
Seguidamente, convém acrescentar que, mesmo só para as criancinhas, o autocarro nunca é de borla. Supõe sempre que quem o pediu vote como deve ser e os custos serão depois inevitavelmente assumidos pelos contribuintes tomarenses. Ou julgam ser só por acaso que os nossos recibos de água e de IMI ocupam os primeiros lugares do ranking dos mais caros? É para pagar estas e outras franquezas, também conhecidas como compra de votos, como por exemplo as célebres "passeatas/comezainas/bailaricos", oferecidas por presidentes de junta beneméritos...com o dinheiro dos outros.
Em conclusão, o executivo de um município virtualmente falido, cuja dívida ultrapassa já os 5 milhões de contos e ninguém vislumbra como poderá alguma vez vir a ser paga, entretém-se a esbanjar dinheiro com mini-transportes urbanos e com um autocarro modernaço que mais parece de uma agência de publicidade. É o autocarro dos falidos.
Fará tudo isto algum sentido? Ou vivemos numa terra de políticos cada vez mais estouvados e sem vergonha?
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