Face aos péssimos resultados das sondagens e à manifesta insatisfação da opinião pública, François Hollande, presidente da República francesa, anunciou esta tarde que se mantém em funções até ao final do mandato, mas não se recandidata. Esta corajosa e lúcida decisão do presidente socialista francês, mostra um indiscutível sentido de estado, assim como uma diferença profunda entre a política francesa e a política portuguesa.
Se Hollande fosse, por exemplo, presidente da Câmara de Tomar, estou convencido de que manteria a sua recandidatura, mesmo com mais um escândalo. Apesar das centenas de milhares de euros gastos com juristas externos, a câmara presidida por Anabela Freitas não conseguiu reverter a decisão da ASAE e o Parque de Campismo encerrou ontem, vítima da manifesta incompetência dos eleitos e dos funcionários superiores da área respectiva. Com efeito, tudo parece indicar que, durante quase três anos, senão mais, nem uns nem outros se deram conta de que o campismo municipal estava a funcionar ilegalmente, devido a uma série de aselhices da própria câmara e dos seus serviços. Ou, pior ainda, sabiam muito bem, mas convenceram-se de que a autarquia tomarense estava acima das leis do país. Resta agora perguntar: Haverá alguma relação entre a bronca do campismo e a renúncia de Serrano? Até prova em contrário, parece-me que há.
Seja como for, a diferença de atitude entre a evidente dignidade e nobreza do presidente François Hollande e a manifesta inconsciência e apego ao poder da presidente Anabela Freitas, é mais uma achega importante para perceber porque é que a França é uma grande potência em crise e Tomar apenas uma aldeia cada vez menos povoada por causa da crise.
anfrarebelo@gmail.com
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